Cientista, repórter e cineasta se unem para caçar tempestades na Amazônia
Expedição resultou em documentário, que estreia nesta quarta-feira, 5, no History
Por Nara Boechat
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5 nov 2025, 10h00 • Atualizado em 5 nov 2025, 10h47
Cineasta Iara Cardoso, repórter Ernesto Paglia, e cientista Osmar Pinto Jr. em 'Caça-Tempestades na Amazônia' (Aline Branca/Divulgação)
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Fenômenos naturais frequentemente são retratados nos cinemas, como os tornados mostrados na franquia Twisters (2024). No entanto, o fascínio por esses eventos não se restringem à ficção. O repórterErnesto Paglia, o cientista do INPE Osmar Pinto Jr. e a cineasta de ciência e meio ambiente Iara Cardoso são exemplos disso. Os três se reuniram em uma expedição especial, dando origem ao doc-reality Caça-Tempestades na Amazônia, que estreia nesta quarta-feira, 5, às 18h50, no canal History.
“A gente se inspira livremente no formato dos filmes, mas na hora do vamos ver, a gente não tem todo aquele peso da ficção. No cinema, os atores passam as sensações. No nosso caso, a gente está vivendo emoções. Não precisávamos fingir, pois estávamos expostos os fenômenos extremos”, explicou Paglia à coluna GENTE.
O documentário com quatro episódios lançados semanalmente combina jornalismo investigativo com narrativa de ficção e linguagens de reality show. Para o cientista, o entretenimento carrega um importante trabalho de conscientização. “A ciência está em crise devido às fake news. Vemos pessoas que não tem conhecimento científico falando como se fossem cientistas, sem embasamento algum. Por isso, gostei dessa combinação de ciência, jornalismo e cinema. Não adianta produzir informação se você não divulga”, avaliou Osmar.
Autora e diretora da obra, Iara expôs à coluna que a equipe “caçou” 88 mil raios em cerca de um mês, resultando em 500 horas de material bruto. Embora impressionantes, os números poderiam ser ainda maiores se não fossem as mudanças climáticas. “Demoramos dois anos para gravar porque não havia tempestades em um lugar que geralmente tem o ano inteiro. No primeiro dia, começamos a ver árvores derrubadas na beira da estrada e, quando subimos o drone, descobrimos clareiras imensas, comparáveis a seis campos de futebol”, lembrou.
Falando em crise climática, a série vai pautar debates na COP30, em Belém (PA), no painel Pacto Global – Rede Brasil, conduzido por Iara e Ernesto e com a participação da pedagoga e liderança indígena manauara Vanda Witoto. O encontro tem o objetivo de discutir o papel do audiovisual na conscientização sobre as mudanças climáticas, sinais que impactaram o trio. “Isso tudo é chocante e é o que me transforma nesse portador voluntário de informações, porque não sou militante ou ambientalista, sou um jornalista que viu coisas que exigem que eu me comunique. Não dá para não falar sobre esse assunto, que é urgente e muito grave”, completou Paglia.
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