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Torneio de futsal LGBT combate preconceito no interior do RS

Mais comum em grandes cidades, evento esportivo contra homofobia ocorre em município de 35.000 habitantes

Por Paula Sperb
Atualizado em 24 ago 2018, 16h15 - Publicado em 24 ago 2018, 16h09
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  • Não é raro ouvir insultos homofóbicos entre torcidas e contra jogadores em partidas de futebol. Os xingamentos, porém, não devem ser escutados durante a 1ª Copa Internacional de Futsal LGBT de Gramado, cidade turísticade 35.000 habitantes, na serra gaúcha. O torneio ocorre neste sábado, 25, reunindo equipes formadas por jogadores homossexuais. As equipes técnicas também contam com atletas heterossexuais.

    “A Copa leva essa mensagem de inclusão. O futebol é um meio muito machista e extremamente homofóbico. A gente gosta de futebol. Por isso, ao acompanhar nossos times do coração nos estádios, escutamos gritos ofensivos e pejorativos relacionados à sexualidade. A gente vê vários exemplos nas torcidas brasileiras. A gente tem que debater e combater o preconceito. A gente acha que futebol e que o futsal são para todos, independentemente de ser gay, lésbica, trans ou hétero. Se a pessoa gosta de esporte, ela tem que ter o direito de praticá-lo com liberdade e sem ser reprimida”, disse a VEJA Flavio Prestes, organizador do evento e integrante do time Quero Quero, que será o anfitrião.

    O Quero Quero é o primeiro time LGBT da serra gaúcha. Porém, em Porto Alegre, há outros grupos como Magia Sport Club, Maragatos e Pampa Cats, que participarão da competição. A Copa também receberá o time uruguaio Uruguay Celeste Deporte y Diversidad, Sereyos, de Florianópolis, Taboa, de Curitiba, e Diversos, de São Paulo.

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    Taças da 1ª Copa Internacional de Futsal LGBT de Gramado (Rossi & Zorzanello/Divulgação)

    Disputas esportivas de times LGBT já ocorrem nas capitais. Neste ano, Porto Alegre sediou o Champions Ligay. Curitiba foi sede da Copa Sul Gay 2018. Por isso, a Copa de Gramado, uma cidade pequena, ajuda a combater o preconceito ao envolver a comunidade local e das cidades vizinhas, defende Prestes.

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    “No futebol, os jogadores tentam esconder a questão da sexualidade. Se vem à tona, vira piada ou insulto. Desconheço algum atleta ou ex-atleta que assumiu sua sexualidade, mas existem muitos. Eles não assumem por medo de repressão e das reações”, explica Prestes, que já trabalhou com jornalista esportivo.

    A Copa deve reunir mais de 500 integrantes da comunidade LGBT em Gramado. Os jogos ocorrem no Ginásio Perinão. O evento também conta com a palestra da advogada especialista em direito homoafetivo Maria Berenice Dias e apresentações de Glória Crystal e Cassandra Calabouço.

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