A praia de Santa Catarina que vai na onda do Balneário Camboriú
Região vive um boom de investimentos de alto padrão

O modelo de locação de curta temporada, conhecido como “short stay”, já se popularizou pelo Brasil, desde a chegada de plataformas como o AirBnb até a entrega das milhares de unidades de micro apartamentos que invadiram as capitais brasileiras. Essa locação por curto período compete diretamente com a hotelaria e a sua rentabilidade costuma ser a razão da compra de imóveis do tipo estúdio, que se encaixam perfeitamente nesse tipo de negócio.
Agora, o mercado imobiliário está vendo esse modelo de locação se tornar parte da estratégia das incorporadoras logo na fase de desenvolvimento de novos empreendimentos. A ideia é aproveitar a demanda crescente por locações de curta temporada em função do impacto que mercados com ritmos acelerados de crescimento econômico acabam provocando em cadeia.
É o que tem acontecido em regiões como a da Praia Brava, em Santa Catarina. O tradicional reduto de surfistas (o local é o preferido do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga) está prestes a passar por uma grande transformação. Esse trecho do litoral do estado virou destino de investidores de diversos setores, principalmente o imobiliário, que elegeu o lugar como alvo de empreendimentos luxuosos que desafiam os limites da arquitetura urbana. Em breve, devem brotar por ali mansões suspensas e milionárias dentro de arranha-céus, ao estilo da famosa região de Balneário Camboriú, que fica na vizinhança.
As incorporadoras estão agindo rápido para suprir a demanda na Praia Brava. Boa parte dos negócios miram empreendimentos voltados exclusivamente para locações no modelo “short stay”. Para André Pereira, sócio da NF Empreendimentos, a expectativa é que diversos projetos sejam lançados para atender a essa exigência do mercado, que tem crescido ano após ano. Sua empresa vai lançar, ainda nos próximos meses, o primeiro empreendimento premium voltado exclusivamente para atender a esse segmento. “A proposta é clara: oferecer o conforto e os serviços de um hotel cinco estrelas, com a privacidade e segurança de um imóvel residencial”, explica André, falando sobre o novo condomínio vertical batizado como RARO.
Fernando Menon, sócio proprietário da Felicità Imóveis, uma das principais imobiliárias do litoral catarinense, vai além. Ele acredita que o público que circula pelo litoral de Santa Catarina é diferenciado e, mais que uma locação de curto período, a demanda é também por imóveis de um padrão maior que o um quarto de hotel ou um estúdio pode oferecer. “Há grande procura por parte de estudantes, empresários e profissionais ligados ao Porto de Itajaí, além dos diversos eventos que vêm sendo realizados na região. Esse público aluga imóveis por dois, três meses e, muitas vezes, está disposto a pagar mais do que no aluguel tradicional”, explica Menon.
O investimento parece ser bem atrativo com retornos consistentes na chamada renda passiva, considerando que a região de Praia Brava apresentou uma valorização do metro quadrado, nos últimos 12 meses, de 14%, cerca de 60% a mais que a média nacional.