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Real Estate

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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário

A dura concorrência das pedras brasileiras contra o mármore importado

Boa parte dos arquitetos, designers ou compradores ainda preferem os produtos de fora do país

Por Renata Firpo
Atualizado em 17 jul 2025, 15h22 - Publicado em 17 jul 2025, 12h33

Durante a construção de sua casa milionária, a influenciadora Maíra Cardi viveu uma situação que ilustra bem os desafios do mercado de pedras naturais no Brasil. Ela havia solicitado o uso de um mármore nobre e importado, o travertino romano, conhecido mundialmente por sua elegância e durabilidade. No entanto, amigos próximos notaram que a pedra instalada em diversos cômodos da residência não correspondia ao que havia sido pedido. Em vez do desejado travertino romano, o que foi entregue era o travertino mexicano, uma versão considerada inferior em qualidade, tonalidade e valor de mercado.

Esse episódio gerou grande repercussão, não apenas pela fama da protagonista, mas porque escancarou uma questão recorrente nas obras de alto padrão: o desconhecimento técnico e a valorização automática do que é importado. O Brasil, que é um dos maiores produtores de pedras ornamentais do mundo, com uma variedade imensa de mármores, granitos e quartzitos, ainda enfrenta uma resistência cultural quando o assunto é prestígio e percepção de qualidade.

Muitas pedras brasileiras possuem características superiores às importadas, tanto em resistência quanto em beleza. Algumas são únicas no mundo e têm enorme potencial de valorização no mercado imobiliário. Mesmo assim, não são raros os casos em que arquitetos, designers ou compradores preferem importar pedras por acreditarem que, por serem de fora, são automaticamente melhores. Em parte, isso é resultado de uma construção histórica de marca: países como a Itália conseguiram transformar seus mármores, como o famoso Carrara, em símbolos globais de luxo e refinamento.

O hotel Rosewood São Paulo, eleito o 24º melhor do mundo e o melhor da América do Sul, segundo ranking feito pela organização 50 Best, foi inaugurado em 2022 e seu idealizador, o francês Alex Allard, desde a época do planejamento do projeto, apostou nas pedras brasileiras e não as estrangeiras, para decorar seu empreendimento. Defensor da matéria-prima local, ele sempre defendeu a qualidade superior das jazidas do Brasil, mas tinha o diagnóstico de que a diferença de competitividade girava em função do maquinário para corte e polimento, com uso de tecnologias avançadas e processos industriais mais rigorosos. Uma vez identificada essa fragilidade, Allard tratou de importar a infraestrutura e capacitar mão de obra. O resultado está a uma quadra da Avenida Paulista: uma decoração impecável, onde as pedras são protagonistas em sua beleza, tamanho e no casamento perfeito das veias dos mármores.

Alex Allard não estava errado em valorizar tanto o mercado brasileiro. O país ocupa posição de destaque no mercado global de rochas ornamentais, sendo o quarto maior produtor e o quinto maior exportador do mundo. Em 2024, o setor movimentou R$ 1,3 bilhão, registrando um crescimento de 12,7% em relação a 2023, resultado que reflete a força da indústria nacional e sua competitividade internacional, impulsionada por uma das maiores diversidades geológicas do planeta.

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Dentro desse tema, Flávia Milaneze, CEO da Milanez & Milaneze, apresentou na quarta-feira, 16, detalhes da planta da Cachoeiro Stone Fair, considerada uma das principais feiras do setor de rochas ornamentais. A 36ª edição do evento será realizada de 26 a 29 de agosto, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, estado que é considerado berço de rochas naturais no Brasil.

Com mais de 1.200 empresas ligadas ao setor e responsável por cerca de 80% das exportações brasileiras de rochas ornamentais, Cachoeiro de Itapemirim é o maior polo processador de rochas das Américas. Ed Martins, presidente do SindiRochas Espírito Santo, destaca que a feira fortalece esse protagonismo do estado e gera impactos significativos também para a economia local. “Hoje, 10% do PIB capixaba é oriundo do setor de rochas”, diz.

A executiva Flávia Milaneze apresentou os principais indicadores da feira, incluindo o crescimento de 15% em relação a 2024. “Embora tradicional, realizada há 36 anos, a feira segue consolidada e gerando interesse da cadeia produtiva”, diz a executiva. A proposta da feira é impulsionar negócios e celebrar a força do setor. Com previsão de receber 16 mil visitantes entre compradores, como marmoristas e distribuidores, profissionais ligados à construção civil, o evento reunirá expositores de nove estados brasileiros e de três países, Itália, Espanha e China. A feira também oferece uma vitrine para as empresas do setor, permitindo que elas exponham seus produtos e inovações para clientes nacionais e internacionais, o que abre portas para novos negócios e expansão. “O Espírito Santo reúne o que há de melhor no mundo em termos de indústria”, diz Tales Machado, presidente do Centrorochas.

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A feira realizada pela Milanez & Milaneze, uma empresa do Grupo Veronafiere, e promovida pelo SindiRochas, Cetemag e Centrorochas, é exclusiva para profissionais do setor e o credenciamento deve ser feito no site no site cachoeirastonefair.com.br

Quem sabe a Maira Cardi não é convidada para conhecer a qualidade da matéria-prima brasileira?

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