Racha entre sócios de bet que patrocinou Brasileirão pode chegar à Justiça
Notificação extrajudicial à gigante mundial de apostas Playtech revela acusação de “ilegalidades contábeis e operacionais” na galera.bet
Um racha entre dois ex-parceiros à frente da operação da galera.bet, subsidiária da Playtech que patrocinou a série A do Brasileirão entre 2022 e 2023 e já estampou as camisas de clubes como Corinthians, Cruzeiro e Sport, pode levar a gigante mundial de apostas à Justiça. Uma notificação extrajudicial de um dos executivos à multinacional revela acusações de “sérias ilegalidades contábeis e operacionais” na empresa brasileira.
ATUALIZAÇÃO, 19H31 — O Radar entrou em contato com a assessoria da galera.bet para comentar as acusações assinadas pelos advogados Modesto Carvalhosa e Fernando Kuyven. A galera.bet preferiu não falar porque as acusações são anônimas.
No documento enviado em 16 de janeiro à Playtech, o notificante, que prefere o anonimato, afirma ter descoberto que o executivo acusado por ele seria responsável pela “remessa ilegal” de receitas das atividades de jogos e apostas para o exterior, pela execução de contratos de patrocínio “superfaturados” e pelo “desvio” de parte dos 25 milhões de dólares em recursos providenciados pela Playtech para as atividades da galera.bet.
O autor das acusações alega que, temendo consequências cíveis e criminais sob a lei brasileira, relatou os “atos ilícitos” prontamente a Amir Aharoni e Stella Kapetaniou, representantes da Playtech responsáveis por monitorar os negócios no Brasil. A dupla, contudo, “permaneceu inerte”. Ao mesmo tempo, o executivo acusado teria excluído o notificante de todas as atividades da galera.bet “sem qualquer compensação”.
Representado pelo escritório Modesto Carvalhosa, Kuyven e Ronco, o autor da notificação extrajudicial pediu para a Playtech propor uma solução “justa e concreta” para os problemas apresentados – afirmando que, em caso contrário, será forçado a adotar “todas as medidas judiciais e administrativas para proteger seus direitos, no Brasil e no Reino Unido, inclusive perante a Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês)”.