A “Operação Câmbio, Desligo” revelou mais do que os esquemas dos doleiros “Juca Bala” e “Tony” (leia aqui).
Claudine Spiero é uma das personagens da rede de doleiros espalhada pelo Brasil. Conhecida como “Cabral” no mercado paulista, Spiero já conhecia o braço forte da Justiça.
Em 2011, ela foi condenada a quatro anos de prisão em decorrência da Operação Suíça, de 2007. Posteriormente, ela converteu sua pena em trabalho voluntário após fazer delação.
Desde então, ela se dizia “aposentada”. Não operava mais.
Só que não é bem assim. Ela nunca abandonou, de fato, sua atuação no mercado paralelo de remessas de divisas para o exterior. O MPF descobriu que Spiero mantinha relações com “Juca Bala” e “Tony” desde 2008. Entre 2011 e 2017 ela teria movimentado 48,5 milhões de dólares.
“Cabral” voltou a trabalhar no mercado paralelo um ano após a Operação Suíça. E eles mantiveram relações até 2017, quando “Tony” foi preso.
No momento de sua prisão, o doleiro ainda devia valores para Spiero. Os encontros entre eles foram diversos, tanto em São Paulo como em Montevidéu.