O Ministério Público Federal instaurou recentemente um inquérito para discutir a reparação do governo da Suíça por participação na escravidão e em violações contra a comunidade de negros escravizados no Brasil nos séculos passados. De acordo com o órgão, o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) entrou com uma representação no MPF alegando a existência de indícios de eventual consentimento do governo suíço aos cidadãos do país que residiam e mantinham pessoas em condições de escravas em suas terras no território brasileiro, se beneficiando do contrabando de africanos e financiando negócios escravistas ao longo do XIX.
Segundo o MPF, para respaldar suas alegações que associam suíços à escravidão no Brasil, o Iara apontou possíveis elementos da pesquisa do historiador Hans Fässler, fundador do Comitê Suíço de Reparação da Escravidão, e também se referiu a estudos desenvolvidos pela historiadora Renata Azevedo Lima.
O inquérito foi instaurado a pedido do Procurador Julio José Araujo Junior.