Lula recebe Eduardo Leite no Planalto após se queixar do governador do RS
Na sexta-feira passada, o presidente visitou Porto Alegre e disse que Leite devia agradecê-lo por sua atenção ao estado após as enchentes
Cinco dias depois de visitar o Rio Grande do Sul e demonstrar incômodo com as cobranças de Eduardo Leite, dizendo que ele deveria agradecê-lo por sua atenção dedicada ao estado após as enchentes de maio, o presidente Lula vai receber o governador para uma reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira, 21.
“Eu às vezes fico incomodado, porque o governador nunca está contente com as coisas. O governador devia me agradecer, ‘ô, Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim’. É só ver se o Bolsonaro tratou o estado do Rio Grande do Sul com respeito, é só ver se tem um metro quadrado que o Bolsonaro fez aqui”, comentou o presidente em entrevista à Rádio Gaúcha.
Na sequência, ele participou de dois eventos em Porto Alegre ao lado do governador. Durante a entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, Leite disse no seu discurso que Lula é bem-vindo ao estado.
“É claro que a gente tem visões diferentes em muitas questões de governo, ideológicas e programáticas, mas, sobretudo, de minha parte e do nosso governo, há o respeito institucional a um governo eleito e à sua liderança”, afirmou o governador, que é do PSDB e costuma ser apontado como possível presidenciável em 2026.
“Nós temos de trabalhar juntos em direção ao mesmo povo, na mesma direção. Se a gente acha que tem caminhos diferentes aqui e ali, a gente senta, conversa, debate, diverge, em reuniões privadas e publicamente. Mas é sempre importante que a gente mantenha esse respeito institucional. Se é para divergir, é na bola. A gente disputa a bola, não vai na canela um do outro”, complementou Leite.
Desde as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul entre o final de abril e o começo de maio, o presidente e o governador já se encontraram e conversaram por telefone ou videoconferência diversas vezes, mas esta é a primeira vez que o tucano é incluído sozinho na agenda oficial do petista no Planalto.