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Fachin indica que será contra texto da reforma administrativa
Texto da Câmara quer acabar com penduricalhos, supersalários de magistrados e a aposentadoria compulsória de juízes como punição por faltas graves
Por Robson Bonin
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7 out 2025, 15h10 •
O ministro e novo presidente do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin (Gustavo Moreno/STF/Divulgação)
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Presidente do STF, o ministro Edson Fachin divulgou nota, nesta terça-feira, com diferentes argumentos contrários ao texto da reforma administrativa apresentado nesta semana na Câmara.
O ponto principal das divergências apontadas por Fachin se referem aos pontos da proposta que acabam com os supersalários de magistrados e põe fim à aposentadoria compulsória de juízes como punição por faltas graves.
Segundo o texto, Fachin diz apoiar uma reforma administrativa, mas não a ideia de interferência na lógica vigente no Judiciário atualmente.
“Em nome do Poder Judiciário, o presidente reafirma apoio a uma reforma administrativa ampla e genuinamente republicana, que alcance, de modo abrangente e simultâneo, todos os poderes e instituições do Estado. O objetivo deve ser o de aperfeiçoar o mérito, a transparência e a concorrência dos sistemas de ingresso, promover a diversidade e a integridade da força de trabalho pública e assegurar a retenção de talentos por meio de remunerações justas, transparentes e compatíveis com o serviço à República.
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A reforma deve saber conciliar autonomia institucional com compromisso público, evitando tanto o isolamento corporativo quanto a submissão a lógicas burocráticas que não correspondem à natureza da função jurisdicional. É fundamental reconhecer que a avaliação de resultados não pode converter-se em instrumento de pressão ou interferência sobre as decisões judiciais.
Por fim, à Presidência reitera que garantias constitucionais como a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos não constituem privilégios, mas instrumentos indispensáveis à independência judicial e, portanto, à proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos frente a eventuais arbitrariedades do poder político.
A Presidência inicia a preparação de manifestação que oportunamente levará à Presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
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Aspectos relevantes que dizem respeito ao Sistema de Justiça serão devidamente analisados nas instâncias próprias, buscando subsidiar os esforços que vêm sendo realizados no Congresso Nacional, visando colocar o serviço público brasileiro em benefício da sociedade, e no patamar necessário às inovações tecnológicas que a contemporaneidade nos traz.
Uma Reforma Administrativa republicana e abrangente deve equilibrar eficiência e justiça, combinando responsabilidade fiscal, valorização dos servidores e foco em resultados concretos para a sociedade.
Além de cortar custos, trata-se de reconstruir a capacidade do Estado de planejar, executar e entregar políticas públicas de forma moderna, transparente, justa e sustentável.
Edson Fachin Presidente do Supremo Tribunal Federal”
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