VEJA Mercado | 23 de janeiro de 2025.

O dólar comercial despencou e fechou o pregão de ontem cotado a 5,94 reais, o menor valor desde novembro. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai tarifar em 10% os produtos importados da China em território americano. O número é menor do que a sobretaxa de 60% prometida na reta final das eleições e substancialmente abaixo dos 100% mencionados por Trump ainda no início da campanha. O presidente disse também que a União Europeia é “muito, muito, muito ruim” aos EUA e que novas tarifas são a única solução para alcançar a “justiça”.

Sobrou até para a Rússia. Trump ameaçou retaliações econômicas ao país de Vladimir Putin não entrar em um acordo para encerrar a guerra contra a Ucrânia. Emmanuel Macron e Olaf Scholz, líderes de França e Alemanha, respectivamente, e Christine Lagarde, presidente do Banco Central europeu, reagiram logo em seguida e afirmaram que o bloco precisa antecipar as ações de Trump e se manter forte e unido.

No Brasil, o presidente Lula afirmou em um evento em Minas Gerais que o governo trabalhou por dois anos para que 2025 seja “o ano das entregas”, e disse que nenhum presidente havia conseguido aprovar a reforma tributária no novo regime democrático. Javier Milei, presidente da Argentina, afirmou que deixaria o Mercosul se fechasse um acordo comercial com os Estados Unidos. Assim como Trump, o presidente da Argentina prometeu em campanha que deixaria o Mercosul a qualquer custo, o que não o fez até agora. Diego Gimenes entrevista Zeina Latif, economista e sócia-diretora da Gibraltar Consulting, e Izabella Teixeira, presidente do comitê de sustentabilidade da Ambipar e ex-ministra do Meio Ambiente.

A ex-ministra falou sobre o risco de esvaziamento da agenda ESG nas esferas pública e privada por causa das novas políticas de Donald Trump e sobre o desafio ainda maior do Brasil de organizar a COP30 em meio a essa instabilidade. Teixeira foi uma das painelistas do Brazil Economic Forum e compartilhou o clima entre investidores e autoridades diante dessa guinada na geopolítica global. Já Zeina Latif falou sobre a inesperada queda do dólar comercial, que caiu para os menores níveis em dois meses — cotado a 5,94 reais. A economista disse que incerteza “não necessariamente vai se transformar em algo negativo” e avaliou como uma saia-justa a situação em que o Copom se colocou para a reunião da próxima semana.

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