Três eventos recentes podem mudar radicalmente o futuro da Petrobras
Em menos de uma semana, houve uma escalada na pressão mundial pelo fim do uso de combustíveis fósseis
Em menos de uma semana, três acontecimentos internacionais mostraram uma escalada da pressão para o fim do uso de combustíveis fósseis e estão dando sinais de como o futuro da Petrobras pode mudar radicalmente. Na quarta-feira, 26, um investidor ativista que tem insignificantes 0,02% das ações da Exxon ganhou dois assentos no conselho da petroleira. Enquanto a Exxon defende expandir perfuração, o Engine n.1 defende que a empresa diversifique gradualmente seus investimentos para estar pronta para um mundo que precisará de menos combustíveis fósseis nas próximas décadas. Com esse discurso, o fundo ativista teve apoio de diversos outros acionistas incluindo a BlackRock, o maior gestor de fundos do mundo e que é também acionista relevante da Petrobras. A BlackRock tem 5% das ações preferenciais da estatal brasileira e sua decisão de apoiar os ativistas na Exxon mostra que a gestora está levando a sério o compromisso que assumiu de zerar emissão de carbono até 2050 e que isso não será feito apenas indo embora das empresas, mas interferindo nos seus processos decisórios.
Outro evento da quarta-feira, que deveria acender os alertas da Petrobras, foi a decisão de um tribunal holandês que concluiu que a Shell é parcialmente responsável pela mudança climática no mundo e ordenou que a empresa reduza em 45% suas emissões de carbono até 2030. O terceiro evento foi o relatório divulgado pela Agência Internacional de Petróleo, na semana passada, produzido a pedido do Reino Unido que vai sediar o próximo evento mundial do clima. Sem meias palavras, a agência diz que se os países estão mesmo comprometidos em zerar a emissão de carbono até 2050, o mundo tem que parar hoje de fazer novos investimentos em petróleo e gás. Parar mesmo. Zero de investimentos, diz o relatório da agência.
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