A superintendente do Bradesco, Daniela Pereira, afirmou nesta terça-feira, 11, em Brasília, que o principal obstáculo da ascensão feminina no mundo corporativo – principalmente o financeiro/bancário – está no chamado “degrau quebrado” — o ponto em que muitas mulheres não conseguem acessar a primeira função de liderança, criando um efeito cascata que limita todo o percurso de carreira.

Segundo Daniela, esse é o gargalo que explica por que, embora as mulheres sejam maioria no quadro das empresas, ainda representam apenas cerca de um terço das posições de comando no mercado. “É ali que a curva muda. Se a mulher não sobe esse primeiro degrau, tudo o que vem depois fica comprometido”, afirmou.

A executiva apresentou dados do Bradesco sobre a evolução da presença feminina no banco a empresárias e políticas, em evento realizado pelo LIDE. Ela destacou que as mulheres já representam mais de 50% do quadro e 39% das lideranças, resultado de programas de aceleração, ações de letramento em vieses inconscientes e políticas internas voltadas à retenção e ao clima organizacional.

No último ano, 50% das promoções no Bradesco foram para mulheres, número que, segundo Daniela, reforça a importância de iniciativas específicas para corrigir distorções. A executiva também mencionou estudos internacionais que mostram melhor performance financeira em equipes diversas e citou medidas de apoio às famílias adotadas pelo banco, como a licença paternidade estendida e programas de suporte à maternidade.

Daniela afirmou que, apesar dos avanços recentes, o setor corporativo ainda precisa agir com consistência para reduzir a lacuna de gênero prevista pelo Fórum Econômico Mundial. “Se não fortalecermos esse primeiro passo, o restante da jornada permanece distante”, concluiu.

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