Quanto subiram a picanha e a cerveja nos governos Lula e Bolsonaro
Afirmação de Lula (PT) de que preços eram menores é colada ao lado de estatísticas
Um dos motes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República tem sido a alegação de que, em seu governo, preços mais baixos tornavam muito mais fácil fazer um “churrasquinho”, frequentemente elencando a picanha e a cerveja como símbolos. Como apontado por Matheus Peçanha, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), elaborado pelo instituto, revela que a análise dos preços deve levar em conta não apenas o período, mas o ambiente onde o “churrasquinho” ocorre. Quando se trata de churrascos caseiros, os dados do IPC levam a crer que os eventos pesavam menos no bolso durante o mandato de Lula. Porém, no caso de refeições em churrascarias, a informação provida pela pesquisa é um tanto quanto dúbia.
Através dos dados do IPC, verifica-se que a afirmação do petista tem embasamento, uma vez que, entre janeiro de 2003 e outubro de 2006, a inflação da picanha foi de 9,74%, enquanto a registrada entre janeiro de 2019 e outubro de 2022 foi de 45,98%, cerca de cinco vezes maior. Ao mesmo tempo, o preço da cerveja comprada em supermercados, portanto consumida em churrascos caseiros, subiu cerca de 18,4% tanto no primeiro mandato de Lula quanto no do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesse cenário, Lula tem clara vantagem. Entretanto, a história muda um pouco quando considerados as refeições em churrascarias. Também segundo o índice, o preço da cerveja vendida em restaurantes e bares aumentou 32,7% do início do mandato de Lula até outubro de 2006. No caso dos mesmos meses do mandato de Bolsonaro, subiu 16%, metade do observado no primeiro caso.