O sério prenúncio nos EUA que acendeu o alerta vermelho da bolsa
Payroll de dezembro frustra economistas e levanta debate sobre postura do Banco Central americano na era Trump

O payroll de dezembro nos Estados Unidos acendeu o alerta vermelho de alguns economistas em relação à postura do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano. O indicador de emprego mais relevante do país revelou a abertura de 256 mil novos postos de trabalho nos EUA em dezembro, contra uma expectativa média do mercado de 165 mil. O dado reforça o aquecimento da economia e sustenta a mais recente mensagem do Fed sinalizando um ritmo menor de cortes de juros nos próximos meses. Em sua ata, a instituição falou ainda em “riscos geopolíticos” e mudanças em políticas comerciais e de imigração como fatores importantes nas próximas reuniões — recados que foram interpretados como um temor pelos primeiros meses de gestão do presidente eleito Donald Trump.
Além de as possibilidades de cortes de juros terem se tornado remotas, alguns economistas temem até mesmo que o mercado passe a projetar altas de juros nos EUA ao longo de 2025 depois da publicação do payroll. “Nosso cenário já contemplava um ciclo de cortes do Fed bem mais tardio, no fim de 2025, mas não seria improvável o Fed não cortar os juros esse ano, a depender do tamanho do impulso fiscal e regulatório das políticas da administração Trump. Acredito que o tema alta de juros nos EUA deve voltar ao radar dos investidores nos próximos meses”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. As bolsa americanas viraram para o negativo e marcam perdas de 2% depois da divulgação do payroll.