O plano da Itaúsa de deixar XP e investir na CCR em meio à crise das techs
VEJA Mercado: companhia passa a ser uma das controladoras da CCR
A Itaúsa anunciou na noite de terça-feira, 5, que comprou 10,33% do capital social da CCR que pertenciam à altamente endividada Andrade Gutierrez por 2,9 bilhões de reais e que passou a ser uma das controladoras da empresa, com direito de indicar membros ao conselho de administração da companhia. A Votorantim, que já tinha 6% da CCR, também entrou no negócio e desembolsou 1,2 bilhão de reais para alcançar a mesma fatia de 10,33% da Itaúsa. Para os analistas, a operação encerra uma pendência de longa data sobre as ações da CCR uma vez que a Andrade Gutierrez já dizia que pretendia vender sua participação na CCR e recebia pressão de seus credores para a conclusão do negócio.
O efeito rebote dessa história sobrou para XP. Na manhã desta quarta-feira, 6, a Itaúsa anunciou que se desfez de 7 milhões de ações da XP, cerca de 1,26% do capital da empresa, por 665 milhões de reais. Além de reforçar o seu plano recente de reduzir a participação na XP — agora de pouco mais de 10% –, a Itaúsa alegou que efetuou a venda para fazer caixa frente ao investimento anunciado na CCR. É sabido que as techs vivem dias difíceis no mercado por causa do ciclo global de altas de juros. No ano, as ações da XP já recuam quase 40% na Nasdaq, a bolsa americana de tecnologia.
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