Dividendos: a frustrante posição do Brasil na comparação global
Em 2024, dividendos globais atingiram recorde, mas a história no Brasil é bem diferente

As companhias globais distribuíram um valor recorde de dividendos de US$ 1,75 trilhão em 2024, um crescimento nominal de 6% ante 2023. As empresas brasileiras, porém, tiveram uma história bem diferente: elas pagaram US$ 22,4 bilhões de dividendos aos acionistas no ano passado, 9% a menos do que 2023. Os números constam no Índice Global de Dividendos da Janus Henderson, uma gestora com cerca de US$ 379 bilhões em ativos sob gestão.
O motivo para o desempenho das companhias brasileiras foi a queda de 28,7% na distribuição no quarto trimestre do ano passado em relação a um ano antes. Entre as maiores distribuidoras, a Petrobras responde por quase metade do valor repassado aos acionistas em 2024, com um total de US$ 10,8 bilhões. A segunda posição é da Vale, com US$ 4,2 bilhões pagos. O desempenho da mineradora foi o que mais afetou o resultado da distribuição de dividendos no ano passado.
No mundo como um todo, os resultados trilionários ocorrem em resposta a um dólar mais forte no ano passado e pelo desempenho robusto de companhias de tecnologia, como Meta, Alphabet e Alibaba.
A Janus Henderson espera um crescimento nominal de 5% nos dividendos neste ano, superando, portanto, o recorde do ano passado, para US$ 1,83 trilhão.