Dias contados? Analistas levantam dúvidas sobre rentabilidade das “techs”
Em relatório, Itaú BBA levanta a provocação

Após multiplicar em muitas vezes o lucro dos investidores, as empresas de tecnologia agora enfrentam uma dúvida: se o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) leva ao uso intensivo de capital, as “techs” vão continuar entregando retorno acima da média? Essa é a provocação que o Itaú BBA faz em relatório enviado a clientes, após participação em um feira de tecnologia nos EUA. Os analistas Thiago Alves Kapulskis e Maria Clara Infantozzi dão ênfase a um certeiro comentário feito no evento pelo presidente e fundador da Nvidia, Jensen Huang: a IA deverá ter uso intensivo de capital, ao contrário dos softwares, uma indústria leve em uso de capital. “Se a visão de Jensen é verdade e a IA se tornar uma tecnologia essencial em todo o mundo, isso teria enormes consequências de múltiplos ângulos — desde a economia real até os retornos das ações — no longo prazo”, diz o relatório. “Se mais capital for empregado para fornecer tecnologia e os custos marginais não forem mais zero (ou perto disso), o setor (ou pelo menos partes dele) poderá enfrentar desafios em entregar retornos acima da média.”
E alfineta: “Mais do que nunca, o sucesso da Nvidia depende do sucesso de seus clientes e do ecossistema de tecnologia, e vice-versa.”