Conglomerado de luxo desbanca dona do Ozempic e volta ao topo na Europa
Controlador da Louis Vuitton volta a valer mais que a Novo Nordisk

O grupo francês LVMH, que controla marcas de luxo como Louis Vuitton, Dior e Fendi, voltou ao posto de empresa mais valiosa da Europa na sexta-feira, 17, desbancando a fabricante do remédio Ozempic. A mudança no pódio ocorreu com uma queda nas ações da Novo Nordisk, voltada a medicamentos para diabetes e perda de peso. Os Estados Unidos incluíram os principais produtos da Novo Nordisk, Ozempic e Wegovy, entre os medicamentos sujeitos a sofrerem negociações de preço com o governo, uma má notícia para a farmacêutica, que liderava entre as companhias europeias mais valiosas desde o segundo semestre de 2023 — à época destronando a LVMH.
Com a queda recente nas ações, a Novo Nordisk foi cotada a 355 bilhões de dólares, cifra ligeiramente inferior aos 356 bilhões de dólares representados pelo grupo de luxo francês. As perdas da farmacêutica, contudo, não vêm apenas da última semana. Testes de um novo medicamento chamado CagriSema tiveram resultados decepcionantes no final do ano passado, fazendo com que as ações da Novo despencassem 20% em um único dia em dezembro. A perda diária em valor de mercado foi de 90 bilhões de euros na ocasião. O pico das ações da dinamarquesa ocorreu em julho de 2024. Desde então, a cotação caiu mais de 40%.
A LVMH, por outro lado, vive um momento de retomada de valor. Apesar de ainda 23% abaixo do pico, de abril de 2023, os papéis do grupo subiram cerca de 18% nos últimos dois meses. O recente clima positivo se deve, em parte, aos bons resultados de uma empresa rival, a suíça Richemond, no último trimestre — indicando um aquecimento no mercado de luxo após um ano difícil. Com isso, cresce a expectativa sobre os números da LVMH para os últimos três meses de 2024, que serão divulgados na próxima terça-feira, 28.