A polêmica decisão do México que pode beneficiar Amazon e Mercado Livre
País impõe novas tarifas a produtos importados por meio de serviços de entrega que devem atingir varejistas asiáticas

O México decidiu taxar em 19% todos os produtos importados por meio de serviços de entrega de países sem acordos comerciais, incluindo a China. O caminho é semelhante ao adotado pelo Brasil e deve atingir em cheio as varejistas asiáticas que atuam no país e comercializam roupas, calçados e acessórios a preços mais acessíveis. Por aqui, o cabo de guerra foi intenso e a discussão chegou a ser judicializada. Antes da nova norma no México, as encomendas de menos de 50 dólares eram isentas de impostos no país. Em contraste, as importações dos EUA e do Canadá, parceiros comerciais do México, mantêm uma isenção para compras de até 50 dólares, com uma taxa reduzida de 17% sobre itens entre 50 e 117 dólares.
Os analistas do Itaú BBA projetam que a medida vai beneficiar varejistas como Amazon e Mercado Livre. “O efeito geral para MELI deve ser positivo pois a competitividade reduzida dos players transfronteiriços asiáticos cria oportunidades naturais para ganhos de participação. Além disso, a empresa abriu um centro de distribuição no Texas, permitindo que vendedores dos EUA alcancem compradores mexicanos”, escrevem os analistas. “Acreditamos que a Amazon tem muito a ganhar com essas mudanças. Aproximadamente 30% do GMV no México vem de operações transfronteiriças, mas predominantemente dos EUA, que permanecem amplamente inalterados pelas novas tarifas devido à isenção de até 50 dólares”, concluem.