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Por Trás dos Números

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Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Entre a insatisfação e o bem-estar: o retrato do trabalhador brasileiro

Pesquisa mostra que 45% querem mudar de emprego

Por Renato Meirelles 17 Maio 2024, 20h25
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  • Em nossa pesquisa desenvolvida em parceria com a VR Benefícios, traçamos um panorama detalhado sobre a situação dos trabalhadores brasileiros, revelando dados que vão muito além dos números. Com uma amostra de 4.529 entrevistados, conseguimos entender melhor as dores e necessidades de quem sustenta a economia do país.

    A realidade do trabalho
    Primeiro, vamos falar sobre o cenário do trabalho. Descobrimos que 45% dos trabalhadores estão querendo mudar de emprego. E não é difícil entender por quê. Com 51% insatisfeitos com o salário, 44% sentindo falta de oportunidades de crescimento e 38% desejando experimentar algo novo, o desejo por uma mudança é evidente. Já imaginou acordar todos os dias sabendo que metade do seu esforço não é devidamente recompensado? Pois é, essa é a realidade para muitos.

    Além disso, a maioria ainda trabalha presencialmente (82%), enquanto o home office, que foi uma febre durante a pandemia, está perdendo força, com apenas 18% aderindo a esse modelo. Antes, a comodidade do home office parecia um sonho, mas a tendência está mudando, e o escritório está reconquistando seu espaço.

    Saúde mental em xeque
    Quando falamos de saúde, a preocupação é quase unânime. Nada menos que 74% dos entrevistados demonstraram preocupação com sua saúde em geral, e 66% especificamente com a saúde mental. É interessante notar que 67% já enfrentaram problemas emocionais, sendo que 43% lidaram com estresse ou burnout. Imagine o impacto disso no ambiente de trabalho – metade do time de uma empresa pode estar lutando contra crises de ansiedade, pânico ou depressão.

    Para as mulheres, a situação é ainda mais crítica. Quase metade (47%) já enfrentou crises de ansiedade, pânico e depressão, e 50% sofreram de estresse ou burnout no último ano. E qual a resposta das empresas? Infelizmente, muitas ainda estão aquém do necessário. Apenas 30% oferecem programas de apoio psicológico e reembolso para terapia, e só 32% promovem palestras e seminários sobre saúde mental.

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    O impacto no dia a dia
    Imagine a cena: um trabalhador acorda cedo, enfrenta um trânsito pesado ou um transporte público lotado, chega ao trabalho onde enfrenta pressão e estresse constantes, e ao final do dia, ainda se preocupa com as contas pra pagar. Essa é a rotina de muitos brasileiros. A falta de apoio e de benefícios adequados só agrava a situação, tornando o ambiente de trabalho um desafio diário.

    Nossa pesquisa destaca a importância de repensarmos o ambiente corporativo e as políticas de bem-estar. É essencial que empresas ofereçam não apenas salários justos, mas também suporte emocional e incentivos à saúde física. Afinal, um trabalhador saudável e satisfeito é mais produtivo e feliz.

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