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Telefonia móvel: o desafio de desativar as linhas 2G e 3G

A Anatel planeja o desligamento dos sistemas, que o setor quer fazer de forma gradual; impacto é estimado em R$ 20 bi, e custo pode sobrar para o consumidor

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h06 - Publicado em 25 mar 2024, 08h00

O setor de telefonia móvel tem pela frente um desafio que poderá impactar a economia no setor. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conduz uma consulta pública para planejar o desligamento das redes de telefonia móvel 2G e 3G, que ainda são responsáveis por mais de 20% das conexões no País, segundo dados do setor. Apesar de serem consideradas tecnologias ultrapassadas, elas ainda são essenciais para o funcionamento de dispositivos amplamente utilizados no setor empresarial, como máquinas de cartão de crédito e débito e rastreadores veiculares.

Especialistas do setor calculam que a migração de linhas hoje vinculadas ao 2G e 3G para o 4G custaria, no mínimo, R$ 100 por aparelho. Como existem cerca de 20 milhões de linhas ativas no momento, o gasto para realizar a troca seria da ordem de R$ 2 bilhões – sem contar os equipamentos que também terão de ser substituídos por não estarem alinhados à nova tecnologia. Números da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica indicam que em 817 cidades brasileiras ainda há uma dependência significativa dos sinais 2G e 3G, e muitos dispositivos vendidos nessas áreas são projetados para essas tecnologias.

O setor solicitou incentivos para uma transição gradual, que a Anatel começou a planejar em outubro do ano passado. A Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) defende que o processo de desligamento das redes 2G e 3G deve começar com o fim da homologação de equipamentos e ocorrer ao longo dos próximos cinco anos, liberando faixas de frequência para as gerações futuras. A ideia aqui é minimizar impactos negativos.

Já a indústria vê oportunidades de novos negócios. Para Marcio Fabozi, CEO da Allcom Telecom, o 2G foi fundamental para o desenvolvimento das telecomunicações, mas com a chegada do 4G e do 5G o ideal seria desativar o 2G para liberar recursos para tecnologias mais eficientes. “Antecipar-se é estratégico, pois permite margem para ajustes e imprevistos que possam surgir durante o processo de transição. O engajamento precoce nesse processo garantirá que as empresas estejam na vanguarda da inovação tecnológica, preparadas para enfrentar os desafios e colher os benefícios dessa transição”, diz ele.

É fácil entender que a modernização da infraestrutura de telecomunicações no Brasil pode representar uma oportunidade para melhorar a conectividade e impulsionar a economia digital. A questão que alguns especialistas levantam é como fazer essa transição sem prejudicar os usuários, especialmente as pequenas empresas e aqueles que estão em regiões menos desenvolvidas. E evitar que o consumidor final pague essa conta. Aqui, você encontra argumentos contra e a favor da mudança de faixas:

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Vantagens do desligamento

  1. Aproveitamento de avanços tecnológicos: a transição para redes mais modernas, como o 4G e o 5G, vai permitir taxas de transferência de dados mais rápidas, latência (velocidade que os pacotes de dados levam para chegar no destino e retornar) menor e melhor desempenho geral. Isso deve apoiar o crescente aumento da demanda por internet de alta velocidade e dispositivos IoT (a chamada “internet das coisas”) em diversas indústrias;2. Redução de custos operacionais: redes mais antigas, como o 2G e o 3G, consomem mais energia e representam custos operacionais mais altos para as operadoras de telecomunicações;3. Promoção da inovação e modernização: o encerramento das redes 2G e 3G deve incentivar as empresas a modernizar suas operações e adotar tecnologias de ponta.

Desvantagens do encerramento das redes 2G e 3G:

  1. Possíveis interrupções de serviço: a transição pode causar interrupções temporárias de serviço, afetando usuários que ainda dependem das redes 2G e 3G. Isso é particularmente relevante para certas indústrias e regiões onde as redes 2G e 3G ainda são amplamente utilizadas;2. Custos de modernização de equipamentos: a atualização para redes mais recentes pode exigir investimentos significativos em infraestrutura, como substituição de equipamentos obsoletos e treinamento de pessoal para operar sistemas modernos. Isso pode representar um desafio financeiro para algumas empresas e indivíduos;3. “Apagão” na conexão regional: regiões do País com acesso limitado às redes avançadas podem enfrentar lacunas de conectividade durante a transição. Isso pode agravar a divisão digital e dificultar o acesso a serviços essenciais para as comunidades afetadas.
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