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Criptoativos: é hora de investir?

Grandes instituições financeiras reveem suas posições e passam a recomendar investimentos em fundos de criptoativos; fase boa justifica

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h28 - Publicado em 11 mar 2024, 08h00

Grandes instituições financeiras como Bank of America (BOFA), Morgan Stanley e Wells Fargo, que inicialmente torciam o nariz quando o assunto dizia respeito aos ETFs de moedas digitais, estão reconsiderando a decisão de não distribuir esse tipo de fundo devido à demanda dos clientes. Esse movimento é só um exemplo do interesse crescente pelo produto e uma mudança de perspectiva no mercado financeiro tradicional em relação às criptomoedas.

Existe também o caso envolvendo o ex-CEO da Vanguard Tim Buckley, que anunciou sua aposentadoria no início deste ano. Antes, uma de suas decisões mais polêmicas foi recusar a negociação de ETFs de bitcoin à vista na Bolsa de Nova York, com o argumento de que não via vantagem a longo prazo para o produto. A bola está agora com Greg Davis, que vai assumir o comando da administradora de recursos, uma das maiores do mundo. Há alguns anos, Davis chegou a dizer que a tecnologia das criptomoedas “tinha grande valor”.

No Brasil, o Bitcoin (BTC) está próximo de atingir seu pico histórico em reais, que foi de R$ 380.870 em novembro de 2021. Na sexta-feira passada, o valor bateu em R$ 350.000. Ou seja, uma diferença de 8%. Fato é que a aprovação dos ETFs de BTC pela SEC (o órgão americano equivalente à nossa Comissão de Valores Mobiliários), em janeiro passado, atraiu um grande número de novos investidores para esse mercado. Apenas nos dois primeiros dias de negociação, o movimento foi de US$ 9,6 bilhões em negócios, segundo dados da Bloomberg. E esses investidores agora já não têm como maior preocupação quem faz a custódia do ativo.

O bitcoin se comporta de forma volátil em relação às outras moedas, como o dólar. O dólar, regulamentado e controlado pelo Federal Reserve dos EUA, é uma moeda centralizada, enquanto o bitcoin é descentralizado e baseado em criptografia. A relação entre o bitcoin e o dólar é influenciada por diversos fatores econômicos e de mercado, como a taxa de juros e eventos geopolíticos.

Embora o bitcoin ainda não seja considerado uma proteção contra inflação, especialistas acreditam que essa percepção pode mudar no futuro à medida que diminuir a sua volatilidade. Para alguns, o ativo é “ouro digital”. Para o pequeno investidor, é importante ressaltar que o bitcoin é um investimento de alto risco e retorno volátil, sujeito a rápidas reviravoltas de preços.

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 “Continuamos muito positivos para o mercado, aguardando o evento do ‘halving’”, afirma Axel Blikstad, sócio fundador e CEO da BLP Crypto. Inscrito no próprio código da moeda, “halving” é a redução pela metade da quantidade de bitcoins que os mineradores recebem de recompensa; acontece a cada quatro anos, e a expectativa é de que isso aconteça de novo agora em abril.  “A oferta de BTCs cairá de 900 para 450 por dia; basicamente, significa que sua inflação atualmente em 1,75% a.a. cairá para próximo de 0,90% a.a. da noite para o dia. Isso faz com que a oferta fique ainda mais escassa e, com uma demanda crescente pelos ETFs, deverá ter uma influência positiva nos preços do ativo”, explica Blikstad. 

Além de eventos específicos como o do “halving”, o mercado tradicional está esperando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizar o início do corte de juros; que também poderá ser um fator positivo para os criptoativos. Ou seja, embora seja um setor de solavancos a exemplo do mercado de ações, investir em criptoativos entra em nova fase de ebulição.

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