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Mundo Agro

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De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio

Lições do reino animal para o agro e para os negócios

O que os animais podem nos ensinar sobre gestão e planejamento no agronegócio?

Por Marcos Fava Neves
Atualizado em 17 out 2025, 16h52 - Publicado em 17 out 2025, 16h25

O mundo animal carrega riscos e ameaças para seus habitantes, tal qual o mundo dos negócios. As lições do reino animal podem servir como inspiração para prosperar nos negócios. Seguem alguns exemplos, inspirados numa excelente e divertida palestra que assisti com André Diederichs, em Stellenbosch na África do Sul.

Visão estratégica e busca por oportunidades: aves de rapina são ótimos exemplos de como a visão holística do ambiente é uma vantagem para a sobrevivência. A visão panorâmica fornece aos gaviões, às águias a capacidade de observar boas oportunidades de caça. No agro, podemos aplicar essa ideia no conceito de entender o macroambiente do setor (ambiente político, econômico, social e tecnológico) e identificar oportunidades de crescimento.

Defesa do território, com proteção e análise de vulnerabilidades: é possível perceber o instinto natural de defesa de suas tocas ou ninhos por parte de alguns mamíferos e aves no ambiente selvagem, ou até mesmo no ambiente doméstico, quando um cão ladra em frente ao portão em direção a outro de sua espécie, na tentativa de defender seu território daquela “ameaça”. Os animais conhecem seus ambientes, incluindo seus pontos fracos, demonstrando uma análise eficaz de suas vulnerabilidades. Têm consciência que em seus territórios estão guardados os recursos essenciais para sua sobrevivência, ou a sua prole. A defesa do “território” é um comportamento reproduzido em empresas, com a preservação da participação de mercado, recursos com investimentos e criando estratégias para diversificação para mitigar riscos mercadológicos fortalecendo a presença e domínio em “seus territórios”.

A força da cooperação: abelhas em enxames, lobos em alcateias, elefantes em manadas, peixes em cardumes ou borboletas em panapanás. Cada coletivo de animais tem sua função específica, mas com um objetivo em comum: promover a prosperidade de sua espécie. No agro vale destacar o cooperativismo. No ano de 2024, as 1.179 cooperativas agrícolas em todas as regiões do Brasil empoderaram mais de 1 milhão de cooperados, geraram 257 mil empregos diretos com R$11,7 bilhões de salários e benefícios, e ainda contribuíram com mais de R$13,9 bilhões em impostos para a sociedade.

Explorar os pontos fortes: os ensinamentos dessa lição estão intimamente ligados aos das duas últimas lições. Vamos ao exemplo: a ariranha (popularmente conhecida como onça d’água”) é uma espécie de mamífero que habita o pantanal brasileiro. A onça-pintada é seu principal predador natural. Apesar da onça ser uma exímia nadadora, as ariranhas são mais ágeis na água do que o felino. Existem vídeos que circulam nas redes sociais que mostram ariranhas prestes a serem atacadas por uma onça em terra, e rapidamente levam o duelo para água, no intuito de defender seu território e seus filhotes. Juntando o ambiente desfavorável e a aglomeração das ariranhas em grupo, a onça se intimida e sai à procura de outra presa. A ideia contida no exemplo é a de “saber jogar o jogo”, identificando os pontos fortes e usando nos negócios.

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Entendendo o conceito de valor do cliente e sendo ágil: o camaleão não muda de cor para se adaptar ao ambiente, seja para se esconder de predadores ou para se comunicar. Ele “lê” o cenário e se ajusta para se encaixar perfeitamente. No ambiente do agro, faz parte de uma trajetória de sucesso analisar o próprio caminho, escutar conselhos e, se preciso, ajustar a rota para encontrar a melhor saída de uma situação e a vitória. Sendo assim, assim como o camaleão, o seu produto ou serviço precisa “mudar de cor” para se adequar ao que o mercado realmente valoriza.

Propósito, resiliência e foco: o salmão nasce em um rio, vive no oceano e, ao final de sua vida, realiza jornada de volta ao local de nascimento para realizar a desova. Nada contra a corrente, salta quedas d’água e desvia de predadores, encerrando sua vida. O agro enfrenta “correntes contrárias”, que podem ser desafios climáticos, financeiros, fiscais, tributários, de imagem e muitos outros, onde o propósito e a resiliência são fundamentais.

Podemos entender como as espécies evoluíram ao longo de milhares de anos para criar estratégias de sobrevivência. As que prosperaram, não foram necessariamente as maiores, mas sim as mais atentas às mudanças, as mais ágeis na tomada de decisão e as mais resilientes às dificuldades enfrentadas. São características interessantes ao mundo dos negócios.

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Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) da Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em doutoragro.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinícius Cambaúva e Rafael Rosalino.

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