A situação de Jair Bolsonaro piorou tanto que virou até banal, caros leitores, escrever que o ex-presidente vive a pior semana de sua trajetória política. Até agora, contudo, esta é, por assim dizer, a pior das piores.
Pior das piores porque, primeiramente, o advogado Frederick Wassef saiu da versão “nunca vi esse Rolex” para outra totalmente oposta: “paguei o relógio [usando] meus recursos”.
Depois, surgiu a indicação de que Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens bolsonarista, pode mudar a rota de sua defesa. O novo defensor do tenente-coronel, César Bittencourt, ameaçou claramente entregar o líder da extrema direita pra salvar a pele do cliente: “assessor cumpre ordens do chefe.”
Nesta quinta-feira, 17, o que estava ruim se agravou ainda mais durante o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPI do 8 de Janeiro.
O notório invasor de sistemas eletrônicos em busca de informações privadas disse na Comissão que o ex-presidente cometeu crimes em série, liderando uma conspiração contra a democracia brasileira.
Bolsonaro só tem vivido semanas ruins desde o final de junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-o inelegível.
Mas esta – e é impossível não dizer isso – está particularmente pior, mesmo com uma folga na terça-feira, 15.