O presidente Lula fez uma jogada política nesta quinta-feira 9, que vinha sendo comentada por diversas autoridades em Brasília nos últimos meses.Comentada e, muitas vezes, tratada com um certo ceticismo por alguns desses políticos ouvidos pela coluna.
O líder petista, contudo, mais uma vez, mostrou toda a sua capacidade de articular alianças nos bastidores, à revelia daqueles que não acreditam em encontros políticos impossíveis.
É que o líder petista esteve em Alagoas e colocou no mesmo palanque o senador Renan Calheiros, um de seus aliados mais fiéis e antigos em Brasília, e o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Eles dois, o ministro dos transportes, Renan Filho, filho do senador, e o governador do estado, Paulo Dantas, participaram, na cidade de São José da Tapera, da assinatura de uma ordem de serviço para execução de uma obra hídrica que pretende levar água para o sertão alagoano.
Renan Pai e Arthur Lira não se abraçaram, não se cumprimentaram ou falaram um do outro em seus discursos. Mas Renan Filho fez questão de citar o presidente da Câmara e mais: demonstrou um enorme carinho ao abraçá-lo ao final do evento, rindo provavelmente da situação política que Lula é capaz de criar.
Os grupos Calheiros e Lira estão em lados totalmente opostos da política de Alagoas. Os dois grupos exercem protagonismo em Brasília, mas disputam o poder no Estado há alguns anos.
Isso deve continuar!
Na próxima eleição, em 2026, Renan e Arthur Lira deverão ser candidatos ao Senado Federal. Isso os colocará mais uma vez em uma disputa, mas não necessariamente em uma rota de colisão.
Ocorre que, segundo apurou a coluna, o plano de Lula é o de eleger os dois, já que serão duas vagas para a casa legislativa maior na próxima eleição.
A ideia do presidente é a de poder estar nos dois palanques, colocar os dois no Senado Federal e, se reeleito para um quarto mandato, compor com os dois políticos alagoanos por muito tempo.