Por que o Itamaraty ainda não condenou o ataque do Irã contra Israel
Os iranianos lançaram mais de 300 drones e mísseis após ação israelense na embaixada do país na Síria que matou sete militares
Após o ataque do Irã contra Israel, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota no sábado a noite que foi muito criticada pela comunidade israelense. O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que espera ainda que o país condene a ação iraniana.
No comunicado, o Itamaraty afirmou: “O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria”.
E completou: “Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”.
Integrantes do ministério disseram à coluna que o comunicado foi feito durante os acontecimentos dos fatos e que, no momento, o país demonstrou preocupação. Além disso, argumentou essa fonte, Israel deu início à crise quando atacou a embaixada do Irã na Síria, matando sete membros da Guarda Revolucionária iraniana. O Irã disse à ONU que tinha o direito de revidar.
O Itamaraty avalia que, diante desse cenário, “não tem condição de cobrar coerência de ninguém”. No entanto, o governo cogita a possibilidade de emitir um novo comunicado, a partir do momento que os fatos justificarem, mas que não será pautado pela embaixada de Israel.
O sistema de defesa israelense conseguiu, junto com a ajuda dos EUA, Reino Unido e Jordânia, interceptar boa parte dos mísseis e drones que foram lançados pelo Irã. Não houve mortes. Cerca de 10 pessoas ficaram feridas. Agora, o Irã afirmou que não pretende escalar o conflito e que a situação foi resolvida. Israel ainda estuda como reagir ao ataque.