Boulos e Nunes intensificam campanha em meio a novo apagão em SP
Deputado visita casas no escuro na capital paulista e prefeito afirma estar cobrando Enel por solução
O apagão que atinge a cidade de São Paulo neste final de semana vem rendendo ampla munição para o campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Desde a noite da última sexta-feira, 11, o candidato da esquerda está visitando residências afetadas pela falta de energia e publicando uma sequência de vídeos acusando a prefeitura de negligência com o serviço.
“Mais uma tragédia na cidade sem prefeito”, escreve Boulos em publicação no X (ex-Twitter) na tarde deste sábado, 12. Em vídeo gravado na favela do Mangue, na Vila Madalena, Zona Oeste da capital paulista, o parlamentar mostra a destruição causada pelos fortes vendavais e afirma que os danos à rede elétrica foram agravados pela falta de poda de árvores pela prefeitura. “Quando aconteceu no ano passado, longe das eleições, o prefeito Ricardo Nunes foi para o camarote da Fórmula 1, e hoje está fingindo que está trabalhando”, critica.
Nas últimas 24 horas, o deputado publicou vídeos similares no X e no Instagram denunciando os prejuízos à população no Campo Limpo, bairro da Zona Sul onde vive, e afirmou que sua casa também ficou sem energia. “A responsabilidade é da Enel, que essa tragédia de empresa, e além de tudo com um prefeito fraco que não se impõe”, declara o deputado.
Nunes elogia resposta da prefeitura e pressiona Enel
Já a campanha de Ricardo Nunes vem registrando nas redes sociais as ações de equipes da prefeitura e do Corpo de Bombeiros para remover árvores e destroços das ruas. Em vídeos no Instagram, o prefeito afirma que os fortes ventos registrados estão ligados às mudanças climáticas no mundo, defende “a resposta rápida” do Executivo à crise e diz que os problemas são causados pela “ineficiência da Enel”.
“Mais uma vez, a Enel dando problema para a nossa cidade”, afirma Nunes em vídeo gravado no centro de resposta emergencial da prefeitura. “É concessão, regulação e fiscalização do governo federal. Eu estive no Tribunal de Contas da União, apresentei nossas queixas, e mais uma vez deixam a cidade nessa situação”, declara, acrescentando que o poder público municipal tem mais de dois mil servidores atuando desde a noite de ontem para normalizar a crise.
A conta de Nunes no Instagram também compartilhou uma série de vídeos de gestores das subprefeituras de São Paulo supervisionando os trabalhos de remoção das árvores e desobstrução das ruas.
Concessionária fala em ‘evento extremo’ e não dá prazo para normalização
Em comunicados à imprensa, a Enel — que atende a capital paulista e outros 23 municípios na região metropolitana — atribui o apagão ao “evento extremo” climático e ressalta que os ventos de 107,6 quilômetros por hora são os mais fortes registrados pela Defesa Civil desde 1995.
Na tarde deste sábado, 12, cerca de 1,6 milhões de residências continuam sem luz na cidade de São Paulo, e não há previsão de restabelecimento total do fornecimento de energia. As fortes rajadas de vento que atravessaram o estado na noite de ontem, partido do interior em direção ao litoral, deixaram sete pessoas mortas em todo o estado em razão de quedas de árvores e desabamento de muros.