Auxiliar da então presidente Dilma Rousseff, Jorge Rodrigo Messias, o “Bessias”, ficou instantaneamente famoso no noticiário político em 2016 depois que Sergio Moro, à época juiz da Lava-Jato, tirou o sigilo de uma interceptação telefônica que o citava. “Eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel, pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”, dizia Dilma a Lula na gravação. À época, Lula era alvo da Lava-Jato e a divulgação do áudio impediu que ele assumisse um ministério no governo de sua aliada, contribuindo para a derrocada da era PT.
Nesta semana, o “Bessias” voltou. Afastado dos holofotes desde aquele episódio — pelo qual Moro pediu desculpas ao STF, pois a interceptação telefônica havia sido feita fora do período autorizado –, o ex-assessor de Dilma integrou a comitiva de Lula na visita feita aos ministros do Supremo Tribunal Federal na quarta, 9. Nos bastidores, “Bessias” é cotado para assumir a AGU (Advocacia-Geral da União) no novo governo.
Procurador da Fazenda Nacional de carreira, ele é visto entre aliados do presidente eleito como um servidor com grande conhecimento da máquina pública e com experiências em transições de governo. Apesar de a divulgação do áudio ter tornado “Bessias” uma espécie de figura folclórica na cena política, sua trajetória e conhecimento técnico o credenciam para ocupar cargos no alto escalão, na avaliação de petistas.