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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história

Serviços são o destaque no PIB de 2024

O desempenho do PIB foi influenciado por impulsos na demanda, mas deve perder ritmo em 2025, por força da política monetária restritiva

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 7 mar 2025, 09h39 - Publicado em 7 mar 2025, 09h37

O PIB cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024, terminando o ano com expansão de 3,4%, o que resultou do efeito combinado de estímulos ao consumo proporcionados pelo maior ritmo dos gastos públicos, pelos aumentos reais do salário-mínimo e pela expansão do crédito. O destaque foram os serviços, que se expandiram 0,1% no quarto trimestre (dessazonalizados) e 3,7% no ano. O setor, por seu turno, foi impulsionado basicamente por quatro de seus componentes: i) os serviços de informação, a área por excelência da tecnologia, que avançaram 6,2%; ii) os outros serviços, que compreendem hotéis, bares, restaurantes, cabelereiros, lavanderias e similares, com crescimento de 5,3%; iii) os serviços de intermediação financeira, com expansão de 3,7%; e iv) o comércio, que se expandiu 3,8%.

A indústria perdeu força no quarto trimestre. O crescimento dessazonalizado foi de 0,3% no período, em uma das primeiras manifestações dos efeitos da política monetária restritiva iniciada na segunda metade do ano. O setor havia crescido, sob igual métrica, 1% no segundo trimestre e 0,7% no terceiro. Mesmo com a desaceleração, o segmento cresceu 3,3% em 2024, mas o resultado poderia ter sido mais baixo não fosse o desempenho da indústria de transformação, que cresceu 3,8%, e da construção civil, que aumentou 4,3%, ainda favorecida pela continuidade dos lançamentos imobiliários anteriores ao início da trajetória de alta da taxa Selic. Movida pela forte expansão do consumo a produção de energia elétrica avançou 3,6%. 

A agropecuária foi o patinho feio da expansão do PIB do ano passado: caiu 2,3% no quarto trimestre e 3,2% no ano. Foi a consequência de eventos climáticos que impactaram negativamente o campo, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca no Sudeste e no Centro-Oeste. Também contribuiu para esse desempenho o chamado “ciclo da pecuária”, que resulta basicamente do abate de matrizes em períodos de preços baixos, como os de 2023, o que posteriormente diminui o nascimento de bezerros e sua engorda, reduzindo a oferta de animais para abate e impulsionando os preços da carne bovina. 

Do lado da demanda, o consumo das famílias desacelerou no quarto trimestre (mais um efeito do ciclo de alta da taxa Selic), quando caiu 1%, em termos dessazonalizados, mas isso não impediu que exibisse expressivos 4,8% de expansão no exercício. A formação bruta de capital cresceu 7,3%, influenciada basicamente pela construção civil. Pelo lado do comércio exterior, as exportações cresceram apenas 2,9% em 2024, enquanto as importações experimentaram expansão vigorosa de 14,7%, o que prova um ritmo de crescimento econômico acima do seu potencial. Como a oferta não é suficiente para atender uma demanda aquecida, parte dela vaza para o exterior. 

O próximo ano promete resultados mistos. A agropecuária deve colher uma safra recorde de grãos, o que garantirá uma desaceleração mais forte da atividade no primeiro semestre. Deve ser o destaque de 2025. Ao mesmo tempo, a indústria e os serviços sofrerão os efeitos da política monetária restritiva. O efeito final tende a ser uma queda do ritmo de crescimento do PIB, cuja expansão, na estimativa da Tendências Consultoria, deve ser de 1,9%, o que pode frustrar as expectativas do governo, que tem projetado expansão superior a 2,5% no ano em curso.

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