Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Por que privatizar a Petrobras

A medida trará aumento da produtividade e do crescimento

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 13 out 2024, 07h58 - Publicado em 12 out 2024, 08h00

O Brasil não mais precisa de uma estatal como a Petrobras para fazer crescer sua economia. Os tempos mudaram. Como já assinalei neste espaço, nos 100 séculos da civilização, as empresas estatais surgiram apenas nos dois últimos. A partir do século XIX, elas se tornaram necessárias para suprir falhas de mercado, ou seja, a ausência de capacidade empresarial e de mercados financeiros para viabilizar projetos de grande porte, fundamentais para o desenvolvimento.

A Revolução Industrial propiciou a acumulação de riqueza na Inglaterra, que se transformou na maior potência econômica do planeta. Outros países europeus e o Japão buscaram trilhar o mesmo caminho, mas lhes faltavam elementos como bancos e ferrovias. Daí a criação de empresas estatais nesses e em outros campos. À medida que as falhas de mercado sumiam, as estatais viraram fontes de ineficiências, inclusive por arcarem com custos típicos do setor público (não raramente, corrupção). Era chegada a hora de privatizar. O Japão fez isso no fim do século XIX e a Europa a partir dos anos 1980.

Na América Latina, o sentimento anticapitalista, característica da esquerda que não se modernizou, como o PT, forjou uma cultura favorável à perenização de estatais. Essa esquerda é prisioneira da ideia de um suposto papel estratégico dessas empresas, mas a fonte básica do desenvolvimento é a produtividade, e não o controle acionário. No período do pós-guerra, 80% do crescimento da economia americana adveio de ganhos de produtividade. No Brasil, 94% do êxito da agropecuária se explica pela produtividade.

“O Brasil já tem capacidade empresarial e de financiamento para a gestão privada da empresa”

O presidente Lula é um expoente da cultura retrógrada da imprescindibilidade das estatais. No dia 13/9/2024, ele disse que “uma empresa pública como a Petrobras serve não apenas para lucrar, mas para prestar serviços ao conjunto da população, e uma parte da possibilidade de seu ganho tem que ser revertido em benefícios”. A função de uma empresa estatal é, como dito, suprir falhas de mercado, e não exercer papéis característicos do governo, mesmo porque tem acionistas privados.

Continua após a publicidade

No mesmo discurso, Lula inventou que as investigações da Lava-Jato não eram para “prender corrupto”, mas sim “desmoralizar a Petrobras aos olhos da sociedade brasileira para depois falar: ‘Vamos vender’ ”. E arrematou: “O que eu gosto é de saber que estou com a verdade quando defendo as empresas públicas brasileiras”. A verdade é outra. A Lava-­Jato revelou grossa corrupção na companhia, a qual foi comprovada em delações premiadas e em milhões de reais devolvidos aos seus cofres por corruptos e corruptores. A Petrobras pagou o preço de ser estatal.

O Brasil já dispõe de capacidade empresarial e de um robusto sistema de financiamento que viabilizam a gestão privada das atividades dessa empresa, incluindo o amplo acesso aos mercados globais de capitais. Ainda que as barreiras continuem a ser gigantescas, é preciso bater na tecla de que a privatização da Petrobras é melhor para ela e para o Brasil.

Publicado em VEJA de 11 de outubro de 2024, edição nº 2914

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.