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Doença metabólica do fígado: por que se proteger desse problema silencioso

Doença redefinida recentemente e conhecida pela sigla MASLD tem proporções epidêmicas e ameaça a saúde dos brasileiros sorrateiramente

Por Mario Reis Alvares-da-Silva*
22 out 2025, 14h30

A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (em inglês, MASLD; pronuncia-se mézel-dí ou mázel-dí), anteriormente conhecida como doença gordurosa do fígado, afeta cerca de 38% da população mundial, apresentando maior prevalência em algumas regiões, como a América Latina.

Aproximadamente 31% dos brasileiros vivem com obesidade, e estima-se que 8 em cada 10 indivíduos com obesidade no mundo possuem esteatose hepática, o que sugere alto risco de MASLD no país.

A obesidade é uma doença crônica que apresenta múltiplos determinantes, incluindo fatores biológicos e genéticos, e seu impacto financeiro sobre o sistema de saúde é significativo, desde o diabetes descompensado a complicações cardíacas e oncológicas, que são causa importante de mortalidade na doença metabólica do fígado.

A MASLD pode evoluir de esteatose isolada e esteato-hepatite (MASH) para casos avançados de cirrose e câncer de fígado, sendo atualmente uma das principais causas de transplante hepático no mundo.

Na maioria dos casos é assintomática até os estágios finais da cirrose ou do câncer de fígado, com grande impacto social e econômico.

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Um estudo nacional publicado recentemente avaliou mais de 12.000 pessoas na atenção primária à saúde no SUS e identificou MASLD em 62,1% dos participantes; adicionalmente, cerca de 40% apresentaram marcadores sugestivos de fibrose hepática.

Numa amostra desta população, uma característica genética, associada ao maior risco de progressão da doença, esteve presente em mais de 50% dos casos.

A diretriz da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) recomenda o rastreamento da MASLD em indivíduos com sobrepeso ou obesidade, e a Associação Europeia para o Estudo do Fígado recomenda avaliar pacientes de alto risco, com obesidade e/ou diabetes, porém ambas sugerem exames laboratoriais simples que permitem calcular escores preditores de fibrose, como o FIB-4, bem como a elastografia hepática, quando disponível, auxiliando na decisão sobre o encaminhamento ao especialista.

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Quando há risco de fibrose, o encaminhamento é necessário, pois há maior probabilidade de progressão da doença hepática e cardiovascular.

O tratamento da MASLD inclui dieta equilibrada e exercícios físicos regulares. Uma alimentação tradicional brasileira, composta por arroz, feijão, carnes e vegetais, é apropriada, e 150 minutos semanais de atividades aeróbias e resistidas são recomendados.

Novos medicamentos aprovados pela FDA em 2024 e 2025, como resmetirom e semaglutida, demonstraram eficácia para MASH com fibrose significativa. Estudos de farmacoeconomia apontam benefícios de sua utilização, embora estes tratamentos tenham custos elevados e acesso limitado; contudo, apenas uma minoria dos pacientes demanda terapia medicamentosa específica.

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Vários estudos com outras moléculas estão em andamento e devem ser publicados nos próximos anos. Espera-se que medicamentos com alta eficácia no combate à obesidade consigam frear o avanço da MASLD no futuro. A cirurgia bariátrica, por sua vez, segue sendo indicada e está associada a efeitos positivos na doença a longo prazo.

No entanto, há carência de políticas públicas de saúde direcionadas ao combate à obesidade e à MASLD. O reconhecimento da MASLD como doença crônica não transmissível pode promover estratégias de enfrentamento. No recente congresso da SBH, no Rio de Janeiro, ficou claro que está na hora de enfrentarmos essa epidemia silenciosa. Hoje já temos conhecimento suficiente e estratégias terapêuticas disponíveis. Basta querer.

* Mario Reis Alvares-da-Silva é hepatologista e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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