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Dieta carnívora: atalho para o emagrecimento ou risco à saúde?

A alimentação estritamente carnívora promete resultados rápidos na perda de peso, mas efeitos no longo prazo podem ser problemáticos

Por Marcella Garcez*
28 out 2025, 07h00

Em alta na internet, a dieta carnívora elimina os alimentos vegetais em favor de carnes, ovos e laticínios. Alguns adeptos vivem quase exclusivamente de carne vermelha, com falsas promessas de emagrecimento rápido e melhora de marcadores metabólicos.

Os defensores enquadram a dieta como uma referência aos caçadores paleolíticos, mas o atual fornecimento industrial de carne está muito distante desse passado. As Nações Unidas estimam que um terço das emissões globais de gases de efeito estufa se origina do setor alimentício, sendo o consumo de carne o maior contribuinte individual.

A crescente visibilidade da dieta carnívora demonstra uma reação negativa aos apelos generalizados por mudanças alimentares. É o negacionismo dietético, uma rejeição à sustentabilidade, aos conselhos de saúde pública e às ideias predominantes sobre o que é uma alimentação responsável.

As mudanças relatadas pelos adeptos incluem menos inchaço, menos gases e uma cintura mais definida. Mas são apenas especulações. Nas primeiras semanas, muitos dizem sentir-se mais leves, magros e com menos fome. Isso é resultado de um déficit calórico, não do consumo exclusivo de carne. Uma dieta bem estruturada, variada e natural traria esse benefício sem efeitos colaterais.

Na verdade, o que a dieta carnívora favorece é a constipação e o aumento do risco de câncer colorretal. A remoção de fibras por longos períodos é preocupante, pois elas são fundamentais para a saúde, estando associadas a menores riscos de doenças cardíacas, câncer, diabetes e até mesmo à melhora da longevidade e da saúde cognitiva.

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A ausência de plantas também prejudica o acesso a nutrientes essenciais como vitamina C, antioxidantes e fitonutrientes que ajudam a combater a inflamação e a manter a saúde a longo prazo.

Em contraponto, a alta ingestão de proteínas em dietas carnívoras pode sobrecarregar o fígado e os rins, aumentando o risco de danos hepáticos e cálculos renais a longo prazo nos órgãos.

O cérebro também pode ser uma vítima negligenciada. Dietas ricas em fibras de alimentos vegetais estão associadas a um humor melhor, menor risco de depressão e proteção da saúde cerebral.

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Dietas centradas em carnes vermelhas e processadas, ricas em gorduras saturadas e colesterol, também têm sido associadas a níveis elevados de colesterol LDL, um fator de risco fundamental para doenças cardiovasculares.

Muitos dos que seguem a dieta carnívora se sentem atraídos pela simplicidade. Alguns buscam soluções rápidas ou para aliviar sintomas intestinais, achando que cortar alimentos irá ‘reiniciar’ o organismo.

A curto prazo, as melhorias são explicadas porque as pessoas que consumiam grandes quantidades de alimentos ultraprocessados deixam de ter esse tipo de padrão. Mas a trajetória de saúde a longo prazo permanece incerta.

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Vale ressaltar que retirar alimentos ultraprocessados é importante, mas vegetais não devem ser excluídos, sob pena de acarretar déficits e outros prejuízos à saúde.

* Marcella Garcez é médica nutróloga, mestre em ciências da saúde pela PUCPR e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran)

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