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‘Marte Um’: belo drama nacional sobre uma família pobre – e sonhadora

Filme cativa com a história de um menino negro que deseja ser astrofísico — e só rende elogios ao novato diretor mineiro Gabriel Martins

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h24 - Publicado em 27 ago 2022, 08h00
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  • Em frente ao computador, o garoto Deivison (Cícero Lucas) assiste fascinado a uma entrevista do astrofísico Neil deGrasse Tyson no YouTube. Em seguida, vê o anúncio de uma palestra fictícia no Brasil com o famoso cientista americano. Mas o valor do ingresso é salgado para os padrões financeiros de sua família negra, humilde e moradora de uma periferia em Contagem, Minas Gerais: 550 reais. Ciente de sua realidade, o menino engole a seco o desejo de se aproximar do ídolo e conversar sobre seu sonho de participar de uma missão da Nasa a Marte em 2030 — ou, acima de tudo, tornar-se um astrofísico. A ambição de Deivison é só uma das quatro histórias de resiliência exploradas com frescor notável em Marte Um (Brasil/2022), em cartaz nos cinemas.

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    O filme acompanha o cotidiano da família Martins, composta por pessoas simples, mas com personalidades marcantes. O pai, Wellington (Carlos Francisco), é o porteiro mais antigo de um condomínio de luxo, e vive confortável com seu salário mínimo. Zeloso do futuro dos filhos, ele quer ver Deivison, que brilha nas quadras de futebol de várzea, defendendo a camisa do Cruzeiro profissionalmente. A mãe, Tércia (Rejane Faria), faz faxina nas casas de endinheirados e só espera viver em paz dia após dia. Já a filha mais velha do casal, Eunice (Camilla Damião), busca por uma liberdade que não encontra na moradia simples: a de assumir sua homossexualidade e morar com a namorada.

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    Na constelação do cinema brasileiro, o retrato social oferecido por Marte Um está mais próximo de um Central do Brasil (1998), com sua visão pungente mas esperançosa das camadas de baixa renda, que da exposição das mazelas e da violência à queima-­roupa de um Cidade de Deus (2002). O fato de uma família negra estar em foco — e de o próprio diretor mineiro Gabriel Martins ter raízes afro-brasileiras — coloca inevitavelmente em cena as dificuldades desse enorme contingente da população, da dureza da vida ao, sobretudo, racismo. A trama, no entanto, não joga esses problemas na cara do espectador, nem assume um olhar engajado: a discriminação paira no ar como um mal-estar sutil, ainda que sempre presente.

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    Com essa conjunção astral entre personagens carismáticos e uma mensagem social fértil, Marte Um tornou-­se um daqueles filmes pequenos de alto impacto. Após estrear em Sundance, passou por outros festivais colhendo elogios e, na semana passada, ganhou o Prêmio do Júri em Gramado. “Eu quis juntar todas essas questões da crise de identidade brasileira em meio ao caos político do país, evidenciando o verdadeiro protagonista: o afeto”, diz Martins. Em seu primeiro filme-solo, ele mostra que as famílias humildes conservam uma força que a violência retratada no noticiário não consegue apagar: o direito de sonhar.

    Publicado em VEJA de 31 de agosto de 2022, edição nº 2804

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