Jesse Eisenberg a VEJA: ‘Não sou tão inteligente quanto meus personagens’
De volta à franquia Truque de Mestre, ator deita e rola na pele do mágico golpista — papel que reforça o bom estereótipo que o acompanha: o do cara genial
“Nunca presuma que você é a pessoa mais inteligente da sala — prove”, diz Atlas, o ilusionista interpretado por Jesse Eisenberg em Truque de Mestre: o 3º Ato (Now You See Me: Now You Don’t, Estados Unidos, 2025), que estreia nos cinemas na quinta-feira 13. Na cartilha pessoal do ator americano de 42 anos a frase fica um pouco diferente: “Se você não for a pessoa mais inteligente da sala, finja”. “Eu sou bom em parecer um gênio”, disse Eisenberg em entrevista a VEJA. “Nunca fui bem na escola nem seria capaz de fazer o que meus personagens fazem. Sou bom em interpretá-los.” Desde 2010, quando ganhou fama mundial ao encarnar Mark Zuckerberg no filme A Rede Social, o ator carrega consigo o estereótipo do tipo sagaz, inteligente e de difícil trato. A fama não o incomoda.
Ao longo da carreira, Eisenberg vem mostrando sua gama de habilidades na atuação, com nuances que vão do nerd metódico na comédia Zumbilândia ao médico brilhante da minissérie A Nova Vida de Toby, até o vilão Lex Luthor em Liga da Justiça. Entre todos eles, o ator tem um favorito. “Eu interpreto muitos caras problemáticos e tristes, isso me afeta. Quando estou na pele do Atlas, um mágico arrogante e de autoestima elevada, eu me sinto o maioral”, afirma, referindo-se ao personagem da franquia.
Iniciada em 2013, Truque de Mestre é o tipo de saga de alto orçamento que rende bons frutos financeiros a seus envolvidos sem desmoralizá-los com um roteiro indigente. Na trama, ilusionistas aplicam golpes altos e depois repartem os lucros com a plateia de seus espetáculos. O elenco estrelado conta ainda com Morgan Freeman, Woody Harrelson, Isla Fisher e Dave Franco. Uma nova geração chega agora para esquentar o cenário, encabeçada por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt. Juntos, eles vão disputar um diamante caríssimo com uma criminosa bilionária.
A experiência nos sets elaborados da saga serve de inspiração para Eisenberg, que, além de “gênio fake”, é também um jovem diretor e roteirista em ascensão. “Hoje me sinto menos pressionado como ator, pois sei como um set funciona”, afirma ele sobre estar dos dois lados da câmera. Com o sucesso de A Verdadeira Dor, que lhe rendeu uma indicação de melhor roteiro no Oscar este ano, o ator se prepara para conduzir um projeto mais ambicioso: “É um musical com Paul Giamatti e Julianne Moore ambientado no universo do teatro, com elementos de surrealismo. Mas não passa perto da extravagância de Truque de Mestre”. Como se vê, Eisenberg apenas finge que não é o mais esperto da sala.
Publicado em VEJA de 7 de novembro de 2025, edição nº 2969
Como o Brasil justifica a contradição entre aumentar a exploração de petróleo e combater o aquecimento global
WEG: Energia que impulsiona o futuro
COP30 apresenta o roteiro para os próximos passos das ações climáticas
Mina de Salobo: o metal essencial da nova economia
Pesquisa mostra falta de comprometimento da moda com meio ambiente







