Um recente estudo holandês publicado na revista científica The Lancet mostrou que um em cada oito pacientes adultos que tiveram Covid-19 mantém sintomas persistentes a longo prazo, como dor no peito, dificuldade em respirar, cansaço, além de depressão, ansiedade, insônia e confusão mental. Trata-se da chamada covid longa, um problema que os médicos ainda estão lutando para resolver.
E a cannabis medicinal vem mostrando resultados promissores por conta de sua capacidade de tratar diversos sintomas simultaneamente. “Quase nenhum paciente com covid longa apresenta apenas um sintoma. É sempre um pacote deles”, afirma Mikhail Kogan, professor da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, e autor do livro Medical Marijuana: Dr. Kogan’s Evidence-Based Guide to the Health Benefits of Cannabis and CBD., em entrevista ao site High Times. “Se um paciente manifesta dores de cabeça, insônia, ansiedade e náusea, a cannabis pode tratar todos eles”.
Os resultados são baseados em evidências do professor, mas ele reconhece que há enorme dificuldade nesse campo de estudos. A covid longa já é um problema que ainda não foi totalmente compreendido pelos pesquisadores. E profissionais que tentam obter financiamento para estudos com cannabis encontram diversas barreiras.
Alguns tem conseguido avançar nesse campo. É o caso da Drug Science, empresa fundada pelo neuropsicofarmacologista David Nutt, que obteve permissão do comitê de ética da agência regulatória de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde da Inglaterra para usar a cannabis no tratamento de covid longa e já está encerrando a fase 2 do estudo. “Não podemos adiantar os resultados, mas posso dizer que os pacientes estão respondendo bem e há uma melhora estatística significativa na saúde geral dos pacientes que receberam a prescrição de cannabis”, disse o CEO da Drug Science, David Badcock, ao site.