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Células-tronco cultivadas em microgravidade podem ajudar a curar doenças

Essas células desenvolvem qualidades únicas, que poderão potencializar novos tratamentos

Por Tiago Cordeiro
20 dez 2024, 06h00

Desde que foram descobertas há mais de quarenta anos, as células-tronco revolucionaram a medicina, possibilitando tratamentos poderosos contra cânceres de sangue, distúrbios genéticos como a anemia falciforme (doença hereditária que afeta os glóbulos vermelhos, causando dores e outros sintomas graves) e diversas doenças autoimunes. As células-tronco também se mostram úteis em procedimentos estéticos e odontológicos, como preenchimento de rugas e implantes dentários para pessoas com perda de massa óssea.

A dificuldade é quando os pacientes não produzem suas próprias células-tronco em quantidade e precisam de doadores, que nem sempre são disponíveis. Além disso, é preciso esperar o cultivo das amostras, até que elas se multipliquem. São problemas que fazem parte da rotina do médico nigeriano Abba Zubair, especialista em medicina laboratorial e diretor médico do Centro de Bioterapias Regenerativas da Mayo Clinic em Jacksonville, na Flórida. Uma nova possibilidade de desenvolvimento se abriu quando Zubair teve uma ideia: mandar uma coleção de células-tronco para o espaço. Afinal, se o laboratório enfrentava dificuldades para cultivar essas células na Terra, o que aconteceria em um cenário de ausência de gravidade?

A equipe médica armazenou o material em uma solução especial que garante a preservação a 80 graus negativos. O material foi enviado para a Estação Espacial Internacional (ISS, laboratório que orbita a Terra a 408 quilômetros de altitude) em diferentes ocasiões, sendo a mais recente em fevereiro de 2024.

Resultados surpreendentes

Os astronautas da ISS que receberam a encomenda foram orientados a conduzir os testes: eles cultivaram o material em biorreatores especiais, projetados para garantir que contem com as condições precisas para o crescimento e a expansão ideais no ambiente de microgravidade.

O pesquisador chegou a uma resposta: “Os resultados iniciais sugerem que as células-tronco do sangue podem crescer mais rapidamente em microgravidade”, afirma Zubair. Mas também esbarrou numa outra informação, ainda mais impressionante: “Também examinamos como a microgravidade afeta a função das células-tronco e influencia a expressão gênica, os níveis de citocinas e a secreção de fatores de crescimento”.

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Em outras palavras, essas células desenvolvem qualidades únicas, que poderão potencializar novos tratamentos para doenças complexas. O próximo passo é aprofundar os estudos para entender como elas poderiam ser usadas em bioterapias regenerativas no tratamento de condições como osteoporose, derrame e doenças cardíacas.

Para isso, será preciso seguir mandando células-tronco congeladas para fora do planeta, a mais de 400 quilômetros de altitude, e assim aumentar a disponibilidade desse material para os tratamentos em que ele já é utilizado. Esse é o plano dos pesquisadores, pelo menos enquanto a ISS estiver ativa — a Nasa, a agência espacial americana, prevê que a estação será desativada em 2031.

Publicado em VEJA, dezembro de 2024, edição VEJA Negócios nº 9

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