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Filho de ministro do TCU é alvo da 45ª fase da Lava Jato

Tiago Cedraz e outro advogado são acusados de participar de reunião que acertou pagamento de propina a agentes públicos por empresa americana

Por Da Redação
Atualizado em 23 ago 2017, 11h47 - Publicado em 23 ago 2017, 07h39
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  • A Polícia Federal deflagra na manhã desta quarta-feira a 45ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Abate II. A primeira fase da Abate, na última sexta-feira, prendeu o ex-deputado Cândido Vaccarezza; dessa vez, um dos alvos é Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU). Alvo de um dos quatro mandados de busca e apreensão, Cedraz é acusado de participar de reuniões nas quais o esquema de pagamento de propinas a agentes da Petrobras teria sido planejado.

    Junto com outro advogado, o filho do ministro, de acordo com nota da Polícia Federal, recebeu comissões pela contratação da empresa americana Sargent Marine pela Petrobras, em troca de pagamentos em contas na Suíça mantidas por uma offshore. Procurado em seu escritório, o advogado Tiago Cedraz não foi encontrado para comentar as acusações. Não há nenhum mandado de prisão na operação desta quarta, que consiste em quatro buscas, nas cidades de Brasília, Salvador e Cotia (SP).

    A primeira fase da Abate revelou um esquema de corrupção envolvendo a estatal petrolífera e a empresa americana Sargent Marine. De acordo com os investigadores, Vaccarezza recebeu 500.000 dólares para intermediar contratos, estimados em cerca de 180 milhões de dólares, entre as empresas de 2010 a 2013. O ex-deputado foi filiado ao PT até o ano passado e, quando parlamentar, foi líder dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na Câmara.

    Nesta terça-feira, o juiz federal Sergio Moro determinou a soltura de Cândido Vaccarezza, atendendo às alegações da defesa de que o ex-deputado havia agendado uma biópsia na próstata, o que tornava “mais adequado” a adoção de medidas alternativas à prisão preventiva. Além de uma fiança de 1,5 milhão de reais, correspondente ao valor supostamente recebido em propina, a ser paga em até dez dias, Moro proibiu Vaccarezza de deixar o país, exercer cargo ou função pública, manter contato com outros investigados e mudar de endereço sem autorização da Justiça.

    O ex-deputado também é obrigado a entregar seu passaporte em até 48 horas e a comparecer a todos os atos do processo. Ao comentar a decisão, o advogado Marcellus Ferreira Pinto afirmou que “a decisão de soltura não surpreende”. “Estamos convictos da inocência de Vaccarezza, que teve seu nome indevidamente incluído nos autos do processo”, concluiu  defensor. O nome da Sargent Marine chegou às investigações da Lava Jato através da colaboração premiada do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

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    Pai de Tiago Cedraz, o ministro Aroldo Cedraz se envolveu em uma controvérsia na semana passada. Levantamento produzido pela rádio CBN mostrou que Aroldo e colegas do TCU passam até um terço do ano viajando para o exterior com dinheiro público. Em 2017, Cedraz seria o campeão de viagens, com 61 dias neste ano, incluindo uma ida de 12 dias à ONU, para um evento que durou apenas um. Procurado pela rádio, o ministro afirmou que suas viagens seguiram os trâmites regulares do TCU.

    (Com Reuters)

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