Brasil

Bolsonaro pede a Moraes autorização para nova visita de Michelle na prisão

Ex-presidente recebeu hoje os filhos Flávio e Carlos na cela da Superintendência da PF em Brasília e pediu empenho por aprovação de anistia

Por Heitor Mazzoco SEGUIR SEGUINDO 25 nov 2025, 15h33

A ex-primeira-dama durante manifestação em setembro deste ano (NELSON ALMEIDA/AFP)

Os advogados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro fizeram nesta terça-feira, 25, um novo pedido de autorização para o capitão da reserva receber a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já esteve com o marido na cela da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ele está preso, no último domingo, 23.

“Jair Messias Bolsonaro, já qualificado nos autos em epígrafe, por seus advogados que esta subscrevem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a autorização para visita da esposa do Peticionário, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro”, diz o pedido feito às 12h58 ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da ação penal.

Bolsonaro está preso desde o último sábado, 22, quando teve a prisão preventiva decretada depois de ele tentar romper a tornozeleira eletrônica e também em decorrência de uma vigília convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo o ex-presidente informou a uma funcionária da PF, o uso da solda para queimar o aparelho ocorreu por “curiosidade”. Depois, a sua defesa alegou que ele teve uma confusão mental em razão do uso de medicamentos.

Nesta terça-feira, 25, Bolsonaro recebeu a visita do filhos Flávio e Carlos (vereador pelo Rio de Janeiro). Segundo o senador, o ex-presidente pediu para que aliados conversassem com os presidentes da Câmara dos Deputados e Senado, Hugo Motta, e Davi Alcolumbre, respectivamente, para pressionar pela aprovação de um projeto de anistia, uma das esperanças de Bolsonaro para não ter que cumprir 27 anos e três meses de prisão no regime inicial fechado, pena a que foi condenado no processo por tentativa de golpe de estado.

Em meio a ofensiva do PL desde a prisão de Bolsonaro, o vice-líder da sigla na Câmara, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), afirma que o momento político tornou inevitável a votação da anistia para os condenados pelo 8 de Janeiro.

Michelle Bolsonaro aparece com um dos nomes para receber a herança política do marido, apesar de não querer antecipar as discussões mais aprofundadas de 2026 ainda. Ela é cotada para disputar a eleição do ano que vem pelo Distrito Federal — uma cadeira no Senado é o mais provável. Há, no entanto, discussões internas no PL para que a ex-primeira-dama dispute a vice-Presidência no ano que vem.