A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram na noite deste sábado, 28, que darão continuidade às diligências que apuram as causas da morte de Genivaldo de Jesus Santos durante uma abordagem policial na última quarta-feira, dia 25, no munícipio de Umbaúba, em Sergipe. Segundo a PF, “para agilizar o procedimento preparatório da ação penal, quatro peritos federais foram solicitados ao Instituto Nacional de Criminalística da Diretoria Técnica Científica” para a realização dos exames periciais. O posicionamento veio após a Organização das Nações Unidas (ONU) cobrar uma investigação minuciosa sobre a morte que causou perplexidade em milhares de brasileiros.
“Por lei, a Autoridade Policial que preside o inquérito tem 30 dias, a partir da data da instauração, para a conclusão das investigações. Após o decurso desse prazo, o procedimento será encaminhado ao Ministério Público Federal”, informou a Polícia Federal. “Dentre as medidas em curso, estão: a perícia no local do ocorrido, a perícia na viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a identificação de testemunhas e a coleta de material probatório.”
A PRF, por sua vez, disse que os procedimentos adotados na abordagem não compactuam com as medidas adotadas pela corporação e que não corrobora com “qualquer afronta aos direitos humanos”. “Assistimos com indignação aos fatos ocorridos em Umbaúba envolvendo policiais rodoviários federais que resultou na morte do senhor Genivaldo de Jesus Santos. Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes em cursos e manuais da nossa instituição”, afirmou o coordenador- geral de comunicação institucional da PRF, Marco Territo. “Já estamos estudando os nossos procedimentos de formação de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário para prestar um serviço de excelência”.
O escritório de Direitos Humanos da ONU para a América do Sul emitiu um comunicado no qual cobra uma “investigação célere e completa” sobre a morte de Genivaldo. O homem de 38 anos morreu depois de ser colocado por agentes da PRF dentro de uma viatura de onde saía muita fumaça. O Instituto Médico Legal de Sergipe identificou de forma preliminar a causa da morte como asfixia.
O chefe da regional da ONU, Jan Jarab, afirmou em nota no site da entidade que é fundamental que as investigações cumpram com as normas internacionais de direitos humanos e que os responsáveis sejam levados à justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima. Para Jarab, a morte de Genivaldo “mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado deve votar, nos próximos dias, o envio de um grupo de senadores para acompanhar, em Aracaju e Umbaúba, as medidas adotadas pelas autoridades após a morte de Genivaldo. Os policiais envolvidos no crime foram afastados pela PRF.
Com informações de Agência Brasil.