Apesar de grita, tendência é de que conselho aceite mudanças na Petrobras
Tudo deverá acontecer da forma como Bolsonaro determinar, disse um dos conselheiros alinhados com o governo

Muita chateação e reclamação circularam o Conselho de Administração da Petrobras nos últimos dias, mas não é assim como os conselheiros estão vendo o pedido do Presidente da República de mudar o comando da estatal. O Radar Econômico falou com dois dos 11 conselheiros — um ligado ao governo e outro independente. E pelo tom das conversas, a tendência é de que o Conselho aceite a troca de Roberto Castello Branco por Joaquim Silva e Luna, exigida por Jair Bolsonaro. Segundo o conselheiro governista, eles trabalham para a União e se a União pede uma mudança não há porque se opor. Aliás, diz esse conselheiro, deixar o Conselho agora seria jogar gasolina da fogueira e apostar no quanto pior melhor. “Mudanças na Petrobras são coisas corriqueiras”, afirmou. Para esclarecer um ponto, o governo possui sete assentos no Conselho. E mesmo os independentes, como você lerá a seguir, não devem criar oposição forte às mudanças.
Mudanças na Petrobras
O outro conselheiro que falou ao Radar Econômico diz que qualquer informação sobre renúncia de conselheiros e de diretores da Petrobras é pura especulação. Ele deixa claro que ninguém ali é marinheiro de primeira viagem, com inexperiência tamanha a ponto de acreditar que interesses políticos não permeariam mais as decisões na estatal. E ainda diz: “uma coisa que Bolsonaro diz, não necessariamente é o que ele faz. Ele quer mostrar quem manda, mas não interveio na política de preço”. Segundo ele, há muito rumor e pouco movimento efetivo por parte dos administradores da Petrobras.
Contudo, ainda há peças a serem encaixadas no tabuleiro. Os conselheiros vão aprovar, nesta terça-feira, 23, a convocação de uma assembleia extraordinária para destituir Roberto Castello Branco do Conselho, porém, (1) como não aprovar a recondução de Castello Branco e da diretoria? É obrigatório que o presidente da Petrobras seja um membro do Conselho. (2) A Petrobras ficaria acéfala até meados de abril, com um presidente tampão definido nesta assembleia? Pois, este é o prazo necessário para realizar duas assembleias, a primeira para nomear Silva e Luna para o Conselho e a segunda para instituir uma nova diretoria e Silva e Luna como presidente.
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