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VÍDEO: Na COP30, governador da Califórnia desafia Trump e pede: ‘Confiem nos EUA’

Em Belém, Newsom combina críticas à política federal com acenos a aliados internacionais e investidores

Por Ernesto Neves Atualizado em 11 nov 2025, 21h01 - Publicado em 11 nov 2025, 16h46

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, virou centro das atenções ao entrar na Zona Azul, onde acontecem as negociações da COP30, na tarde desta terça-feira, 11, em Belém.

Gavin integra a iniciativa America is All In, uma coalizão de atores não federais dos Estados Unidos — estados, cidades, empresas, universidades, tribos indígenas e organizações da sociedade civil — criada para manter e ampliar a ação climática do país.

Esse plano teve início após o presidente americano, Donald Trump, deixar o Acordo de Paris e cancelar a participação na COP30, assim como desfazer uma série de políticas que tentavam reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

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Sob forte esquema de segurança, Newsom percorreu pavilhões de países como Nigéria e Alemanha, sendo recebido com entusiasmo — uma vitrine perfeita para quem se posiciona como o principal pré-candidato democrata disposto a enfrentar os republicanos em 2028.

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Questionado por VEJA sobre como os EUA tentam convencer parceiros internacionais, na COP30, de que sua ação climática segue crível mesmo sob Donald Trump, ele disse que a força do país hoje não vem de Washington, mas da base.

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“Os governos locais e estaduais estão se unindo e realmente avançando”, afirmou. Segundo ele, embora “o governo federal tenha se afastado” e Trump esteja “tentando colocar a política climática em marcha à ré”, há um movimento inverso acontecendo em todo o território americano, guiado menos por ideologia e mais por pragmatismo econômico.

Energia limpa, destacou, é simplesmente mais barata, e investir nela se tornou sinônimo de competitividade. “As pessoas entendem que, se não investirmos no futuro, não vamos nos sair muito bem.”

Para Gavin, esse impulso é o que sustenta a credibilidade climática dos EUA e ainda o mantém otimista, apesar do cenário turbulento em Washington.

“Quero que saibam que em política, tudo passa. E Trump é um fenômeno temporário, que vai passar. Além disso, a Califórnia é o estado mais antitrumpista de todos. É um lugar que investe na transição verde há décadas; e vai continuar nesse caminho”, garantiu.

O governador da Califórnia, Gavin Newson, discursa no Pavilhão da Nigéria na COP30, em Belém, na terça-feira, 11 de novembro de 2025
O governador da Califórnia, Gavin Newson, discursa no Pavilhão da Nigéria na COP30, em Belém, na terça-feira, 11 de novembro de 2025 (Ernesto Neves/VEJA)
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Em uma de suas primeiras aparições na COP30, em Belém, Gavin Newsom elevou o tom ao falar do cenário global. “A China está ocupando todos os espaços e vai dominar a próxima grande indústria mundial”, disse o governador da Califórnia diante de uma plateia que se esmurrou contra a divisória de acrílico para ouvi-lo. Na sequência, disparou uma das frases mais fortes da viagem: “Os Estados Unidos são tão burros quanto quiserem ser nesse tema — mas a Califórnia não é. Vamos nos afirmar, vamos avançar e vamos competir nesse campo.”

Figura central da oposição a Donald Trump — e há meses flertando publicamente com uma candidatura presidencial em 2028 — Newsom adotou na COP um discurso que mistura provocação política e pragmatismo econômico.

Vestido apenas com uma camisa branca social sob o calor amazônico, fez questão de afirmar que mudança climática não deveria ser um tema partidário, lembrando iniciativas ambientais tomadas por dois republicanos da Califórnia, Ronald Reagan e Richard Nixon.

Apesar de ser apenas um entre 50 estados, a Califórnia tem a quarta maior economia do planeta, o que dá ao governador musculatura para influenciar mercados e debates energéticos globais.

Cercado por seguranças da ONU, Newsom cumpriu uma série de reuniões com autoridades de vários dos 195 países presentes à conferência e reforçou que a parceria californiana no clima está garantida. “Mas não podemos fazer isso sem vocês… Estamos aqui de mãos abertas, não de punhos fechados.”

Na véspera, em São Paulo, ele já havia enviado um recado incisivo a investidores brasileiros, classificando o vácuo de liderança climática dos EUA como “estarrecedor”.

Aproveitou também para exaltar o ecossistema de tecnologia verde da Califórnia: lembrou que o estado tem sete vezes mais empregos em energia renovável do que em combustíveis fósseis e destacou que a Tesla nasceu ali, símbolo de como a economia limpa é, para ele, sinônimo de competitividade.

O tumulto causado pela chegada de Gavin Newsom, governador da Califórnia e opositor a Donald Trump, na Zona Sul da COP30
O tumulto causado pela chegada de Gavin Newsom, governador da Califórnia e opositor a Donald Trump, na Zona Azul da COP30 (Ernesto Neves/VEJA)
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